magnus
Depois que achou um lugar para se sentar, Magnus nem tirou mais o celular do chat de Alec. Caralho, não podia acreditar! Alec tinha mandado mensagem! E eles estavam conversando desde a hora da aula. Estava voltando agora da faculdade, tarde da noite, o ônibus vazio.
Para seu completo terror, Magnus não teve como escapar de passar o intervalo com Raphael, pois este já estava esperando-o na porta da sala assim que o sinal tocou. Foi péssimo. Raphael só falava de si mesmo, deu em cima de Magnus o intervalo inteiro e devorou um sanduíche em poucos minutos, o que Magnus achou o pior de tudo, porque estava morrendo de fome por ter colocado para dentro apenas o sorvete que Robert lhe pagara mais cedo.
A salvação foi que continuava trocando mensagens com Alec, o que deixou Raphael curioso e quase irritado. Magnus pensou que deveria cortar as relações com ele de uma vez. Não havia a menor possibilidade de ficar com um cara possessivo assim, sangue e fogo...
A primeira mensagem de Alec deixou suas mãos geladas. Achou que tinha exagerado com "E ai, amadoo", principalmente porque Alec era todo contido, mandando só um "Oi". Mas depois, quando Alec mandou a segunda mensagem falando "Responde o bonitinho aí, ele tá me atrapalhando a prestar atenção na aula", ficou mais tranquilo. Respondeu "Misericórdia". E passaram um tempinho falando mal de Raphael. Depois Magnus agradeceu pela carona, e Alec disse que se precisasse era só chamar.
Durante o intervalo, Magnus comentou que Alec deveria sair da sala para socializar, ao que ele respondeu dizendo que o único amigo dele na faculdade estava comendo com o @, então ele não tinha opção a não ser ficar em sala, vendo moscas. Magnus respondeu que se Raphael fosse @ dele eles não estariam comendo, estariam se pegando.
A isso Alec mandou um "kkkkk, ligeiro". Magnus achou que não deveria ter dito isso. Mas não conseguia conter sua espontaneidade, e queria deixar claro que não tinha interesse nenhum em Raphael. Contudo, ali estava, sentado com Raphael, enquanto seu verdadeiro crush estava bem longe dali.
Às vezes, Magnus se odiava pela sua dificuldade de dizer não. Isso tinha lhe colocado em várias furadas, muitas vezes. A questão é que reconhecia seu comportamento errante de ficar procurando nas pessoas o amor que não recebera dos pais. Cada mínima gota de atenção que lhe davam, neste sentido afetivo, lhe deixava se sentindo obrigado a corresponder. E isso era uma bela desgraça, às vezes.
Mas enfim, conseguiu se despedir de Raphael, e se esquivar de um beijinho que ele quis lhe dar no canto da boca, e retornou a salvo para sua sala. Agora, depois de tudo, Magnus estava contente porque a conversa com Alec continuava rendendo, mas também estava um pouco assustado. A conversa estava fluindo bem, mas ele queria flertar com Alec e não tinha a menor ideia de como começar.
Até agora tinham falado sobre as suas respectivas aulas, sobre a demora do professor em mandar a confirmação de recebido do trabalho, sobre como Robert era engraçado (com Alec dizendo que ele tinha comportamentos embaraçosos e Magnus dizendo que ele era a melhor pessoa), tinham falado sobre como Soni era um ótimo professor, e de como Magnus tinha errado feio em pegar Psicopatologia Geral I no primeiro semestre. Exigia mais conhecimento básico e ele estava tendo dificuldades de acompanhar o conteúdo.
Mas o flerte até agora nada. Magnus estava irritado consigo mesmo. Nunca tinha tido dificuldades com isso. Porque com Alec parecia mais difícil?
Magnus abriu a foto dele de perfil e olhou para o rostinho lindo. Caraca, era muito lindinho mesmo. Sentiu o já conhecido friozinho na barriga. Beijar esse menino deveria ser tudo... Chegou uma nova mensagem:
Alec: Já chegou em casa?
Magnus suspirou. Ainda estava longe. Morava na periferia, bem diferente de Alec que morava em bairro nobre e só levava cerca de 30 minutos para chegar em casa.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu amor é cego || Malec
Fanfiction" ... Então todo o corpo de Magnus se arrepiou com a pior sensação do mundo, quando de dentro do bolso, o anjo tirou uma bengala branca, dobrável e a estendeu com um movimento de mãos. Magnus sentiu o chão faltar sob seus pés. Magnus tinha lhe obrig...