20. Yin-Yang

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magnus

- Fica mais um pouco.

Magnus apertou os olhos com força. Continuar dizendo não a Alec era um verdadeiro exercício de força de vontade.

- Eu preciso ir - disse, mas o coração foi se derretendo enquanto Alec se arrastava na cama e o envolvia em um abraço.

- Eu queria conversar um pouco - Alec disse, parecendo meio ansioso.

- Conversar sobre o quê? - Magnus não resistiu a cheirar levemente o pescoço de Alec e olhou maravilhado ao ver a pele clara se arrepiando.

- Só conversar - Alec disse - Sei que você está muito ocupado, mas sinto falta de conversar contigo.

Magnus suspirou, odiando-se por amar tanto que Alec dissesse isso. Tinha raiva de si mesmo por querer ficar para sempre ali no abraço de Alec, o contato com a pele morna provocando arrepios em seu corpo.

- Hm… também sinto falta - entregou.

- Fica um pouco mais então - Alec arranhou a garganta - Me diz como você está...

- Como assim? - Magnus franziu a sobrancelha.

- Eu tenho a impressão de que você está sobrecarregado - Alec disse e Magnus soube que não deveria ter ficado. Ver Alec parecendo preocupado com ele ia aumentar em 1000% a intensidade de sua paixão. Mas de novo: ele queria tanto isso que não conseguia se esquivar.

- Eu estou sobrecarregado - disse, e seu coração acelerou enquanto Alec apertava um  pouco o abraço e roçava os lábios em seu ombro - Tipo, passo o dia todo cansado.

- Hmrum - Alec murmurou, incentivando-o a continuar.

- Mas também estou muito grato, sabe? - Magnus se permitiu se aconchegar a Alec. - Eu não sei como agradecer, então o cansaço meio que compensa.

- Você merece tudo de bom que está acontecendo- Alec disse e Magnus olhou para o rosto bonito dele.

- Obrigado - respondeu, sem jeito.

- Eu te admiro muito, sabia? - Alec sorriu um pouco e encaixou o rosto em seu pescoço. Magnus sentia o mundo girando lentamente, e o coração dançando no peito.

- Hm… obrigado - repetiu, sem saber como lidar com o contentamento que crescia em seu peito.

Levantou a mão e acariciou o cabelo de Alec, num movimento que tinha se proibido de fazer desde… bem, desde o fim de semana catastrófico na fazenda. Mas Alec ali, abraçado a ele, ronronando enquanto conversavam era simplesmente impossível de resistir.

- Eu amo isso - Alec suspirou.

Magnus suspirou também. Ele sabia. E ele também amava passar os dedos no cabelo sedoso, enquanto Alec estava deitado sobre ele.

- Magnus? - Alec chamou, após alguns momentos de silêncio.

- Sim?

- A gente está bem?

Magnus sentiu o mundo calando ao redor dele. Porque Alec estava perguntando isso? Ele ponderou sobre a resposta. Eles estavam bem, apesar de tudo. Magnus sabia que não podia cobrar amor de Alec. E era a única coisa que não tinha, de fato. Mas não era algo que ele pudesse conseguir apenas pedindo. De resto, havia carinho, havia respeito e Alec sempre estava ali se ele precisasse conversar. Será que era justo cobrar algo que estava além de suas possibilidades? Ao mesmo tempo, como lidar com a dor constante de não estarem no mesmo nível de sentimento?

Meu amor é cego || MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora