No auge da sua juventude, Elliot Clifford, dono e herdeiro de um patrimônio avaliado em bilhões é sequestrado. Em meio à escuridão do seu cativeiro, um barulho de botas em passos atrapalhados e uma boca um tanto suja anunciam que o socorro havia fin...
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— Quem são vocês? — Um dos quatro caras musculosos á nossa frente questionou assim que adentraram no apartamento.
Eles pareciam parte da gangue que eu tinha visto há pouco tempo na praça do conjunto habitacional. Enquanto Bex e John gritavam um com o outro eles apenas nos observavam.
Maldição, pensei. Eu sabia que isso iria acontecer, estava pressentindo.
Aquele lugar fazia parte da divisa da cidade, onde nem a polícia tinha permissão para entrar. Eles não faziam bagunça no nosso lado, e nem nós aqui.
— Acho que estão surdos, J.J. — O cara do lado do que falou com a gente primeiro debochou.
Eles exalavam uma aparência estrangeira, com pele parda e olhos levemente puxados. O grupo carregava correntes de ouro nos pescoços e brincos com talvez diamantes falsos nas orelhas. Meias até metade da canela que se destacavam com o chinelo da Nike que calçavam.
— Então vou limpar o ouvido deles. — O tal J.J anunciou assim que entendeu nosso silêncio assustado como resposta, quando seu corpo fez menção de se mover respondi de imediato a sua pergunta.
— Só estamos de passagem, só viemos ver se um amigo estava aqui. — Confessei a mentira de forma rápida e direta.
John me olhava apreensivo e Bex permanecia em silêncio.
— Pelo jeito o cara do 210 tem muitos amigos... — J.J fez um bico pensativo, logo soltando um suspiro. — Você não acha estranho, Mike, numa mesma semana tanta gente rica vir na nossa área? — Ele se virou pro amigo ao seu lado, que cruzou os braços concordando.
— Outra pessoa veio visitar o Homer? — Questionei curioso.
J.J sustentou seu olhar sério em mim e o abaixou, logo após se virando e dando uma risada sem humor. Os amigos o acompanharam.
— Olha só, o mauricinho quer me interrogar. — Ele apontou pra mim e balançou a cabeça negativamente ainda rindo.
Passei a achar ofensivo quando outra pessoa sem ser a Bex me chamava de mauricinho.
Assim que o homem cessou o riso, veio como um vulto pra cima de mim parando a centímetros de distância. — Qual o seu nome?
— Elliot. — Ergui o queixo sem me intimidar. — Elliot Clifford.
Sua feição mudou, de divertida para séria. J.J moveu sua cabeça para trás e encarou os seus amigos, que mantinham o mesmo semblante alterado como o seu.
— Então você é o hijo do bilionário morto... — Comentou pensativo, ainda astuto demais para o meu gosto. Seus olhos saíram de mim e pousaram em Bex. — E essa linda garota... — O sorriso diabólico voltou ao seu rosto. — Estou curioso para saber o seu nome, niña.
Meu coração acelerou de raiva, chegando quase a doer.
Puxei a mão de Bex e a deixei atrás de mim. Ela incrivelmente obedeceu a minha ordem indireta para me deixar ser seu escudo.
