Capítulo 6 - Lar Doce Lar.

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Visualizei minha imagem no espelho embaçado do grande banheiro do meu quarto

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Visualizei minha imagem no espelho embaçado do grande banheiro do meu quarto. Passei minhas mãos e o limpei, deixando uma imagem mais clara de mim.

Trinquei meu maxilar e continuei encarando firme o meu reflexo. Meus braços agora se apoiavam na pia do banheiro.
As olheiras escuras ainda estavam evidente talvez por conta do estresse, barba recém aparada; no canto dos meus lábios um roxo amarelado guiava um caminho para a minha bochecha. Aqueles ratos haviam deixado um hematoma em mim, me amarraram por dias e me deixaram sozinho, quase delirando em um galpão podre e silencioso; eles iriam me pagar. Eu prometi que iria os caçar, e assim faria.

As palavras do tio William ecoaram em minha mente; meu pai foi em busca do meu celular no interior de Ohio, certamente uma tática para atrapalhar as buscas, uma distração. Jack e Roy não agiram sozinhos, minha teoria de que eles trabalhavam para alguém muito maior era verdade. Homer foi usado, a ruiva misteriosa, Timão e Pumba, e talvez até John que também estava na Paradise junto de mim. Todos são suspeitos.

A recordação do barulho estrondoso da caminhonete de Bex destruindo a entrada do galpão surgiu, me fazendo sorrir sozinho. Bex se arriscou por uma pessoa totalmente desconhecida, enfrentou bandidos cara a cara, deixou sua cidade para trás e me escoltou até aqui, tudo por...? Por nada. Eu não faria isso por ela, por ninguém na verdade. Sou sincero sobre a minha personalidade; nunca fui o herói da história, não era o meu papel. Sempre fiz o que estava ao meu alcance porém fora disso minha coragem não era tanta. Bex sim era corajosa.

Duas batidas na porta me acordaram dos meus pensamentos, ergui meus olhos cansados e esperei a pessoa se pronunciar.

— Elliot, seu pai está em video-chamada e quer te ver. — Tio William falou.

— Estou indo. — Respondi.

Vesti uma calça moletom cinza escuro e uma blusa branca, passei a toalha por volta do meu pescoço e saí do quarto secando o meu cabelo.
Tio William me esperava no corredor, me guiou gentilmente até o escritório e saiu me deixando só.

Na mesa o MackBook estava aberto e aceso, certamente papai me esperava. Sentei-me na poltrona e encarei a tela, ele estava olhando para o chão com as mãos sobre o queixo totalmente alheio.

Papai tinha porte de empresário, olhos azuis quase imperceptíveis. Suas rugas delatavam a idade já avançada, porém nem isso lhe tirava sua beleza bruta. Quando mamãe morreu, varias mulheres sem nenhuma noção tentaram ocupar o lugar de Sra. Clifford apenas pra se exibirem ao lado de um bilionário, mas sempre recebiam um olhar duro e silêncio como resposta para as investidas. Papai sempre agiu cauteloso quanto aos seus relacionamentos amorosos, se ele já namorou nunca soubemos, e se transava casualmente conseguia esconder muito bem.

— Pai. — Os olhos de papai se ergueram pra tela e ele me analisou. Aproximou o rosto como se não acreditasse.

Pude ouvir seu suspiro aliviado, ele realmente havia sido torturado esses dias sem notícias do seu primogênito.

𝗖𝗢𝗡𝗦𝗧𝗘𝗟𝗟𝗔𝗧𝗜𝗢𝗡Onde histórias criam vida. Descubra agora