Isaac Romanov planejava viver outro futuro. Fazer sua tão sonhada faculdade de medicina, casar-se com uma moça decente e graciosa e ter filhos depois dos vinte e cinco, porém todos seus planos desabam ao descobrir que será pai com dezesseis anos. De...
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ISAAC ROMANOV
Parece que tudo dá errado a partir do momento em que teu dia começa ruim. Foi um castigo. Não tem outra explicação.
Assim que bati a porta em um estrondo depois de discutir com a Emma, meu abençoado irmão me ligou dizendo que perdemos uma parceria importantíssima para a empresa e que de brinde fomos processados.
No meio do caminho por estar nervoso quase atropelei uma pessoa. Isso foi o auge. Meu cérebro explodiria se eu não parasse e respirasse um pouco.
Decidi ir ver minha mãe. Torcia pra que ela estivesse em casa e não na loja. Nem lembro que horas ela sai para trabalhar.
Passou milhões de vezes pela minha cabeça em desistir. Deixar pra lá e ir trabalhar mas de alguma forma fui levado até meu antigo lar.
Ao descer do carro avistei Dona Renata falando ao telefone. Ela estava linda e ficou mais ainda ao dar aquele sorriso quando me viu.
- Luana, falo com você depois. Chegou uma surpresa para mim. - Assim que ela desliga o celular vai até a guarita para mandar os seguranças abrirem o portão. - Porque não abriram no instante em que ele chegou? Sabem que é meu filho e não precisa de permissão.
A verdade é que eu estava envergonhado de vir vê-la. Causei sofrimento a ela, com brigas com o papai, ligando no meio da madrugada pedindo ajuda pra acalmar Abigail. Eu lhe causei muita dor e vendo-a agora sei que me perdoou mas eu não consigo. Cada vez que a olho sinto vontade de chorar porque lembro de cada momento, as palavras, as cenas.
- Desculpa senhorita Romanov, não vimos ele chegar. - Um deles se pronuncia educadamente.
- Eu me escondi pra eles não me verem mãe... Não sabia se entraria ou não. - Passo pelo portão e logo sou esmagado por seu abraço.
- Que absurdo seu mal criado. A tempos esperando por sua visita e vem me dizer que iria dar meia volta? Sou sua mãe e nada me impede de lhe dar uns tapas.
- Se não tenho escolha eu aceito entrar. - Desfaço o abraço e a olho sorrindo sapeca.
- A mesma cara que fazia quando ia aprontar.
Gargalho alto fazendo com que ria também.
No instante que piso dentro da minha antiga casa vejo que está bem diferente. Móveis novos, pintura nova. Sorrio contente por saber que mamãe ainda sabe de estilo. A casa está magnífica.
Só agora dou conta do quanto senti saudades de estar aqui. Dos momentos em família que passamos. Quando eu ainda era cabeça dura e imaturo, mas apesar disso tinha meus pais para me aconselhar.
Cinco anos se passaram e me arrependo profundamente não ter mantido os dois junto a mim. Eu precisava deles, mas deixei meu orgulho dominar.
- A senhora sempre me impressiona mãe. Ficou mais lindo que antes. - Falo admirado.
