EMMA CLARKE
Estava sentada a horas apenas olhando Zac imóvel na cama até ouvir cochichos e olhadas na minha direção.
Eu apenas orava em pensamentos clamando para que ele acordasse e calasse a boca desses médicos que diziam que ele já morreu.
Ouvi várias conversas entres enfermeiros e médicos dizendo que o paciente do 1020 é um vegetal.
Meu sangue ferveu em segundos. Queria enforcar cada um deles seguidamente para deixarem de falar da vida dos outros.
Se o que eu ouvisse fosse um comentário normal, positivo, eu não ligaria, mas tudo que saía da boca deles era: "Eu seu fosse eles desligaria os aparelhos", "Deixa ele morrer em paz", "Já virou um vegetal", "Não tem esperança mais", "Não sei porque insistirem em alguém morto".
Se as pessoas não têm o que falar é melhor ficar quieto.
Para terem noção o meu temperamento não estava dos melhores. Eu quase bati na enfermeira, porém me segurei pois eu já estava sendo processada pelo mesmo motivo. Na verdade foi Edu quem chegou e me parou.
- Emma! Para com isso, larga ela.
- Não quero. Tudo que eu preciso é bater em alguém pra ver se tudo melhora. Esses enfermeiros precisam aprender a fechar a boca e guardar suas opiniões pra si. Nada mais justo do que eu fazer isso. - A enfermeira arregala os olhos e implora para que eu pare e que Eduardo a ajude.
- Por favor, vamos conversar. Não vale a pena ser presa por agressão.
Nessa hora meu corpo congelou e levei um choque de realidade.
Eu, Emma Clarke, estava sendo processada por agressão e não dei conta ainda que bater nos outros não é como nos filmes?
Preciso de terapia. Realmente.
Acho que meu temperamento não é normal.
- Quero que você preste bem atenção no que vou dizer e se puder espalhe aos seus colegas enfermeiros também. - Me desprendo dos braços do Eduardo e seguro o queixo dela apertando com força. - Eu estou sendo processada por agressão, e deixando claro que não vou me livrar facilmente porque eu a fiz parar no hospital. Não me orgulho, não é o certo, porém já que estou na pior, ser processada mais uma vez por agressão não vai me apavorar. Sugiro que feche essa sua matraca antes de falar do meu noivo ou nos veremos no tribunal querida. Entendeu?
- S-sim, desculpa.
- Desculpas aceita. Obrigado por entender. Tenha um bom dia.
A deixo parada como uma estátua na parede e vou ao quarto do Zac novamente.
Sinto os passos do meu amigo médico atrás de mim e sei que ele quer uma explicação sobre tudo. Sei também que deixei sair a palavra noivo sendo que o pedido nem foi feito, mas agora que já informei pra todo mundo do hospital melhor deixar assim. Não tem como voltar atrás e também não é mentira que quero me casar com ele.
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Minha segunda chance - Um novo começo - Livro 2 PAUSADA
SpiritualIsaac Romanov planejava viver outro futuro. Fazer sua tão sonhada faculdade de medicina, casar-se com uma moça decente e graciosa e ter filhos depois dos vinte e cinco, porém todos seus planos desabam ao descobrir que será pai com dezesseis anos. De...