EMMA CLARKE
Me belisco infinitas vezes, mordo minha língua, dou-me três tapas seguidos e mesmo sentindo dor em todas essas agressões em mim ainda não acredito que é real. Não pode ser real.
- Para com isso Em! Se beliscar até entendo, mas se bater na cara é exagero. - A morena e a melhor amiga que alguém poderia ter me repreende quando chega com mais dois cappuccinos da padaria em frente ao hospital.
Kate me estende o copo e aceno em agradecimento. Ela me mostra um sorriso sem ânimo e volta a se sentar ao meu lado na poltrona. Graças a Deus nesse hospital não tinha cadeiras duras e fracas para sentar. Não é atoa que dizem ser o melhor hospital de Seattle.
Seus olhos que brilhavam de empolgação agora estão vermelhos ao extremos, inchados e de alguma forma meio apagados.
Ela e Matt vieram logo assim que ela ligou para ele minutos depois de se recuperar do surto. A policial não deixou que nenhum dos dois dirigissem naquele estado para não correr o risco de mais alguém ir para o hospital. Então, a Bruna os trouxe, indo buscar o moreno na casa deles para depois virem as pressas para cá.
Matthew não pôde ficar muito pois a babá que cuidava deles acordava cedo para ir a escola. Ele foi a contra gosto, mas prometeu voltar assim que possível.
E eu não queria ter que encarar Abigail nos olhos e explicar o que aconteceu com seu pai. Não por enquanto. Matt me prometeu que tomaria conta dela e agradeci por isso.
- Tem que ser um sonho. Um sonho ruim sabe, aqueles pesadelos depois de uma briga, onde depois que você acorda, no impulso você corre até a pessoa e pede desculpas. Não tem a menor chance de ser um pesadelo não? - Encaro o café com um sorriso amargurado.
- Gostaria muito que fosse. Mas sabemos que por mais ruim que seja é real.
- Droga! - Solto um suspiro exagerado tomando meu café em seguida. Por mais que fosse quase o quinto café que tomamos ainda é tão bom quanto o primeiro. Já passam das quatro da manhã e nenhuma notícia de Isaac até agora. Não sei mais o que fazer e dormir está fora de cogitação. Não até saber que ele está bem.
- Deveria dormir um pouco. Sua cara está péssima. Assim que vierem falar conosco te acordo. - Arqueia as sobrancelhas sugestivas e se a situação não fosse tão ruim eu iria cair na gargalhada literalmente. Kate está na mesma ou até pior do que eu e age como se ela fosse a forte da situação. Talvez esteja sendo por que nem para ir buscar café consegui por não ter forças para levantar dessa maldita poltrona.
Tento não pensar o pior. Não quero pensar negativo. Me recuso a deixar que minha consciência apresente as estatísticas. Por mais que quem visse pensaria o pior.
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Minha segunda chance - Um novo começo - Livro 2 PAUSADA
SpiritualIsaac Romanov planejava viver outro futuro. Fazer sua tão sonhada faculdade de medicina, casar-se com uma moça decente e graciosa e ter filhos depois dos vinte e cinco, porém todos seus planos desabam ao descobrir que será pai com dezesseis anos. De...