Capítulo 3

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Giovana 


Após algum tempo, juntamos nossas roupas e seguimos para o quarto do André. Ele seguiu para o banheiro, e eu fiquei sentada na beirada da cama, cobrindo-me com o vestido. A culpa ainda tentou tomar um lugar em minha mente, já que ele fora o primeiro cara com quem eu me relacionei em anos. O Bruno havia sido o único desde que eu o conheci, mesmo que eu não tivesse sido a única dele.

A voz do André me resgatou desses pensamentos e quando o olhei, o vi caminhando em minha direção, vestindo um short e me trazendo uma toalha. Ao parar em minha frente, apoiou as mãos sobre o colchão e selou nossos lábios.

— Vou pegar água. Você quer? — Perguntou, mas eu neguei — Trouxe uma toalha, caso queira tomar banho.

— Com você? — Especifiquei, enquanto deixava um sorriso invadir meu rosto.

— É você quem decidi... — Ele mexeu seus ombros, me olhado com cinismo.

— Bom, então vá beber água, que irei para o banheiro. — Segurei seu queixo com uma mão, deixando-lhe outro selinho, e me levantei, caminhando para o banheiro, sentindo seu olhar analiticamente em minhas costas nua.

— Ah... Isso é jogo baixo! — Ele exclamou, me fazendo sorrir.


Abri a porta, e assim que vi minha imagem refletida no espelho, as mãos do André invadiram minha cintura e nossos corpos se colaram. Seu sexo já estava rígido e roçou em minha bunda, enquanto ele me encaminhava até o balcão da pia. Seus lábios percorriam meu pescoço, e cada uma de suas mãos estavam em um lugar estratégico. Uma acariciava meus seios, e a outra, meu sexo.

Apoiei as mãos sobre a bancada e arfei um gemido silencioso, quando seus dedos entraram em mim. Sua boca passeou pela minha nuca, distribuindo chupões, ao mesmo tempo em que ele passou a brincar com meu sexo. Os movimentos pareciam fazer mágica e cada vez mais, meu prazer aumentava, indicando que eu teria mais um orgasmo.

Puxei sua mão quando eu percebi que não conseguiria mais aguentar e me virei para ele, beijando-o enlouquecidamente. Levei minha mão até seu sexo, masturbando-o, até ouvir o pacote de preservativos ser rasgado. Ele interrompeu nosso beijo, abaixando a cabeça, para colocá-lo em seu membro, e quando tornou a me olhar, eu me virei de costas, empinando o quadril para ele.

André deixou uma risada invadir o ambiente, enquanto eu lhe olhava de um jeito sexy pelo reflexo do espelho. Suas mãos seguraram em meu quadril, e seu sexo penetrou o meu com toda cautela possível. Senti cada parte adentrando-me, causando ainda mais prazer. Ele fazia de um jeito tão gostoso, que eu não sabia o quanto resistiria.

Ao longo dos minutos que permanecemos naquela posição, eu endireitei minhas costas, de forma que sua mão alcançasse meu sexo, para me masturbar, enquanto seus lábios sugavam meu pescoço. O meu orgasmo foi mais intenso que da última vez, e eu não contive o tom, gemendo de forma descontrolada, enquanto minhas pernas fraquejavam. O André explodiu poucos segundos depois, o que indicava que ele estava à minha espera.

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Tomamos um banho juntos, trocando alguns beijos, e após nos secarmos, eu vesti uma blusa sua, enquanto ele punha seu short. Seguimos para a cozinha, pois, mesmo com sono, ele insistiu para preparar algo para comermos, e com a fome que eu estava, não poderia negar.

Ao olhar para a janela da sala, notei que havia amanhecido, e até então, eu não tinha avisado para as meninas que não iria para casa. Peguei meu celular, sentei-me na banqueta da cozinha e me apoiei sobre o balcão que dividia o cômodo da sala. Abri o WhatsApp, vendo a mensagem da Joice, que dizia ter me visto sair da boate acompanhada. Avisei que estava bem e voltaria para nosso apartamento mais tarde.

A voz do André chamou minha atenção e ao erguer os olhos, o encontrei de costas para mim, cantarolando uma música, enquanto cortava alguma coisa. Fiquei a admirar sua beleza por um tempo, notando sua pele clara, o abdômen liso, os cabelos em uma tonalidade de loiro, assim como a barba rala, que apenas deixava uma marca em seu rosto, e evidenciava mais ainda sua cara de bebê.

Era difícil de acreditar que ele tivesse, realmente, mais de vinte e um anos, mas pelas conversas que tivemos, mostrava-se maduro o suficiente. Quando ele se virou, voltei a mexer em meu celular, apenas para disfarçar, mas dois áudios do meu ex-namorado, me chamaram atenção.

Suas palavras eram quase indecifráveis devido seu alto nível de embriaguez, mas era algo relacionado a sentir saudades de mim. Novamente, o sentimento de culpa me atingiu, mas eu não conseguia entender o porquê de me sentir culpada. Eu era solteira, e apesar de estar próximo da data de meu retorno, não havia decidido ainda o que fazer em relação a ele. Não sei se estava disposta a retornar o namoro, ainda mais depois de tê-lo deixado um ano e meio solteiro, habituado àquela vida de farra.

Fechei o aplicativo, e abri o Instagram, descendo a barra de rolagem. Curti algumas postagens e logo me deparei com uma foto que um dos amigos do Bruno havia postado naquela madrugada. Eles estavam com mais outro amigo em uma balada, e cada um tinha uma garota sentada em seu colo. O Bruno a beijava.

— Está tudo bem? — André me perguntou, mantendo a testa franzida, e parado em minha frente. Eu sequer notei que bufava.

— Nossa, essa omelete está linda! — retruquei com sinceridade, notando a decoração do prato, feita com tomate e umas folhinhas que eu desconhecia.

— Espero que esteja ao teu gosto. — Ele sorriu, dando a volta pelo balcão e colocando o prato em minha frente.

— Duvido que eu não goste. — Dei um sorriso .


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Todas as razões (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora