Capítulo 2

200 26 2
                                    


André

Destravei as portas do automóvel e abri o lado do passageiro, para que a Giovana entrasse, enquanto dava a volta até o lado do motorista. Ia pensando na loucura que eu estava fazendo, levando uma desconhecida em meu carro, mas algo nela me chamou tanta atenção, que eu não pude deixá-la escapar sem antes lhe conhecer melhor.

Seguimos pela cidade, conversando de forma descontraída e dando muitas gargalhadas. Paramos em um barzinho, onde havia música ao vivo, e nos sentamos do lado de fora, longe de todo o barulho. Pedimos petiscos e uma bebida, e continuamos a rir das situações corriqueiras. Giovana era tão leve, espontânea e agradável, que dava gosto de estar em sua companhia.

Saímos dali em torno das quatro e meia da manhã, pois o local estava prestes a fechar e paramos na calçada, enquanto eu me escorava no carro. Ela ainda ria sobre meu parecer técnico a respeito do que comemos, pois eu lhe falei que o croquete de carne de sol não estava tão bom quanto o meu.

— Olha, não estou sendo esnobe, só colocaria outros temperos, para agregar sabor — expliquei, tentando justificar meu lado — Mas faço questão de fazer e levar para você. Basta me passar teu endereço.

— Essa cantada sempre funciona? — Suas sobrancelhas ergueram e ela pareceu irônica.

— Nunca tentei... — Dei de ombros, sorrindo — Está funcionando contigo?

— Depende do quanto de comida você vai me levar... — Ela retrucou, fingindo desdém.

— Nunca fui extorquido de forma alimentícia. — Brinquei, demostrando uma falsa surpresa — Mas confesso que estou gostando disso. E então... O que quer fazer? Quer ir para casa?

— Você que sabe... — Deu de ombros, cruzando os braços — Estou de carona, lembra? — Seu rosto virou-se para mim e eu perdi alguns segundos, encarando-lhe, até descer para os seus lábios.

— Se eu te disser o que quero fazer... — murmurei, passando a língua sobre minha boca, e quando me dei conta, ela também me analisava.

— Faz.

Esperei seus olhos encontrarem com os meus, e então fui para sua frente. Coloquei um braço para cada lado do corpo, apoiando meus cotovelos no carro e inclinei-me, roçando nossos lábios. As mãos da Giovana alcançaram a minha cintura, e ela acariciou até chegar em minhas costas. Dei mais um passo à frente, encostando nossos corpos, e levei minha mão até seu pescoço, escorregando até a nuca, para intensificar aquele beijo.

Era lento, calmo, trabalhado e delicioso. Não sei explicar o que acontecia, mas havia alguma coisa de diferente nos lábios daquela mulher, que não me permitiam largá-la. Movíamos nossas bocas com tamanha lerdeza, fazendo com que nossas línguas se encontrassem, causando sensações de prazer. Meus dedos massageavam sua nuca, enquanto as suas unhas arranhavam minha pele, causando arrepios.

Não contei quanto tempo ficamos ali, pois, por mais perigoso que fosse, eu não queria ir embora e correr o risco de ter que deixá-la. Devíamos estar emendando o décimo beijo, quando ouvimos passos atrás de nós. Ela encerrou, desviando o olhar para a calçada, e fiz o mesmo, notando um grupo de adolescentes que caminhavam, rindo e falando alto. Eles passaram por nós, ignorando-nos ali, então tornei a encará-la.

— Acho melhor sairmos daqui. — Ela informou — Até o bar já está fechado.

— Cinco e vinte. — Comentei, checando as horas — Quer que eu te leve para casa? — perguntei, esperando-a se manifestar — Ou... — falei receoso — Você se importa de ir para o meu apartamento?

— Teus pais ainda estão dormindo? Terei que fugir pela janela? — Ela brincou, me fazendo sorrir.

— Eu moro com um amigo, que por acaso, você me ajudou a colocar no carro da namorada, quase em coma alcoólico... — expliquei, achando graça, enquanto a via morder o lábio inferior, parecendo titubear — Então, teoricamente, estou sozinho em casa.

— Podemos ir... — respondeu de forma manhosa — Mas, aviso logo, que tenho spray de pimenta na bolsa. Então nem tente fazer nada, muito menos me drogar para roubar meus órgãos.

— Ah claro! — Eu ri, afastando-me dela — Eu devo ter um spray também? Ou você não é perigosa?

— Eu te garanto que a única coisa que posso roubar de você, é comida. — Ela piscou para mim, não me deixando opção e lhe puxando para mais um beijo.

*

A porta do elevador do meu prédio abriu, e seguimos pelo corredor até meu apartamento. Abri a porta, fechando-a assim que ela adentrou, e imediatamente prosseguimos com que fazíamos na rua. Minhas mãos pousaram em sua cintura, e aquele beijo calmo de minutos atrás, fora ganhando intensidade, e como se não fosse possível, ficou melhor do que já era.

Giovana mordiscava meu lábio inferior, provocando-me, e suas unhas passavam pela minha nuca, em uma tentativa, certeira, de me excitar. Nossos corpos estavam colados, e minhas mãos já não conseguiam se manter apenas da cintura para cima.

Uma de suas mãos desceu pelo meu pescoço, acariciando meu tórax e foi alisando meu abdômen até o cós da minha calça. Os dedos ficaram presos em meu cinto, e eu tentava não arfar com aquela proximidade, mesmo que meu sexo já entregasse o quão excitado eu estava. Tomei coragem e permiti-me apalpar sua bunda, trazendo seu quadril de encontro ao meu.

Ela gemeu contra meus lábios, e então caí sentado no sofá, com ela por cima de mim. Demos uma risada diante o susto, mas logo continuamos a nos beijar. Levei minhas mãos até o zíper do seu vestido, e o desci, de forma que seus seios ficassem amostra. Deixei minha língua passar por eles, sugando um por vez, enquanto lhe ouvia gemer.

Tirei minha blusa, ao mesmo tempo em que ela desabotoava minha calça, e já retirei a carteira, jogando as peças no chão da sala. Ela havia se levantado, e parou em minha frente, descendo o seu vestido. Se aquela não foi a cena mais excitante que já presenciei, eu não saberia explicar o motivo pelo qual meu membro latejava dentro da minha cueca.

Giovana tirou sua calcinha, ficando apenas naquele sapato de salto e voltou a se sentar em meu colo, colocando um joelho para cada lado do meu corpo. Tornamos a nos beijar, enquanto sua mão fora até meu sexo, apertando-o. Abri minha carteira, onde eu tinha quase certeza que havia posto um pacote com três preservativos uns dias atrás.

Ela se afastou, abrindo o pacote e desenrolou até a base do meu membro. Quando seu quadril se ergueu e abaixou-se novamente, penetrando em si, deixei um grunhido de satisfação ecoar pelo ambiente. Pus minhas mãos em sua cintura, trazendo o corpo para junto ao meu, e levei meus lábios para os seus seios mais uma vez, enquanto ela pulava em meu colo.

Sexo casual não era algo que eu estava tão acostumado a fazer. Não por falta de oportunidade, mas sexo por sexo não era tão prazeroso para mim. Tanto que pelos cinco anos em que morava aqui, tive apenas três mulheres, e uma única namorada por todo meu período escolar. Só que com a Giovana a química havia sido imediata. Assim que pus meus olhos nela, ainda na boate, algo de interessante despertou em mim.

Tracei um rastro de beijos dos seus seios até seu pescoço, sentindo meu corpo esquentar com os seus gemidos, principalmente quando suguei sua pele naquela região. Ela não parava de se mover sobre meu colo, e fora aumentando gradativamente os movimentos, de forma que meus gemidos passaram a acompanhar os seus.

Ergui meu corpo, segurando-a no colo, e deitei seu corpo no sofá, encaixando-me entre suas pernas. Ela deu uma risada, e levou sua mão até minha nuca, me puxando para um beijo. Mantive um ritmo frenético, ouvindo-a grunhir cada vez mais alto, até que ela descolou nossos lábios, e emitiu um gemido, enquanto apertava suas pernas contra meu quadril. Deixei que meu orgasmo viesse junto, sendo inevitável me controlar diante a contração de seu sexo, e afundei meu rosto em seu pescoço, arfando no final. 


***

Todas as razões (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora