André
Retornei para Rochedo naquela mesma tarde, após resolver todas as pendências em Mauí. A inauguração do restaurante da minha mãe seria no sábado, e eu teria bastante trabalho, e consequentemente, responsabilidades.
Provavelmente, meu plano de procurar um lugar para morar teria que ser adiado por pelo menos duas semanas, até que as coisas estivessem estabilizadas, e eu sequer havia informado meus pais sobre isso. Se minha mãe iria reclamar? Sem dúvida nenhuma! Mas eu já estava acostumado a ter meu próprio canto, e viver em uma casa com tantas pessoas, era algo que me deixaria louco.
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Coloquei minhas malas em meu quarto, sentindo minhas costas doerem por estar dirigindo por tantas horas, e depois fui em todos os cômodos a procura de minha mãe. Encontrei Matilde, nossa secretária, que me informou que ninguém da família havia chegado ainda. Voltei para o meu quarto, deitei-me em minha cama para descansar, mas acabei pegando no sono.
Acordei um tempo depois, com minha mãe adentrando o quarto. Sentei-me, espreguiçando meu corpo e lhe ofereci um sorriso, quando ela se sentou perto de mim.
— Foi tudo bem por lá? — Ela perguntou e eu apenas assenti, antes de bocejar — Teu chefe ficou chateado?
— Ele entendeu a situação, e o amigo que dividia o apartamento comigo, também foi compreensivo, mas parece que ele vai morar com a namorada, então, optamos por devolver o apartamento para o tio dele — expliquei.
— Fico feliz que você tenha voltado. — Minha mãe suspirou e eu não quis desanimá-la, dizendo que não pretendia ficar por muito tempo — Esse projeto era muito importante para o seu avô. E você sabe que esse sonho não era apenas dele. Foi idealizado para você.
— É, eu sei quão empolgado ele estava... — falei mediante um suspiro, mas tentando não tirar o sorriso do rosto.
Minha mãe se inclinou, acariciando meu rosto, enquanto seus olhos estavam marejados. Antes que ela começasse a chorar, a porta fora aberta e o Felipe apareceu ali, com animação.
— E aí? Como foi a estrada? — Ele perguntou, mas logo desviou o olhar para nossa mãe.
— Tranquila. Hoje não tinha movimentação — respondi, aproveitando que minha mãe o olhou, e fiz um gesto para ele, indicando que ela queria chorar — Mas estou bem cansado e ainda com sono.
— A Matilde já está servindo o jantar. Vamos, mãezinha? — Felipe falou com doçura e ela assentiu, se pondo de pé.
— Vou trocar de roupa, mãe — informei, olhando para meu corpo, onde eu vestia a mesma calça jeans desde a hora em que cheguei.
Levantei-me da cama e peguei uma das malas, colocando-a sobre o colchão. Enquanto eu abria, percebi que o Felipe continuava ali, parado, me observando. Comecei a tirar algumas peças, à procura de um short, e ouvi a porta se fechar, e ele aproximar-se da cama.
— E aí, o que foi? — perguntei distraído, sem lhe olhar.
— Ela estava triste... — Ele começou a falar, mas hesitou — Aliás, estava mais triste, porque achou que você não fosse voltar.
— Eu falei para ela que voltaria. — Franzi a testa e ergui os olhos, vendo-o dar de ombros — Mesmo que eu não quisesse estar aqui, eu faria isso por ela e pelo vô.
— O vô só construiu esse restaurante por tua causa, Dé. — Ele me advertiu e eu bufei.
— Eu sei, mas eu não queria... Nossos planos eram outros. — Protestei, em um tom de voz baixo — Eu não sou o Bruno, que gosta de viver embaixo da asa do nosso pai. Eu queria ter minhas conquistas sozinho, sem precisar que nossa família guiasse nossa vida.
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Todas as razões (DEGUSTAÇÃO)
RomanceDurante três anos Giovana comeu o pão que o diabo amassou, em um relacionamento tóxico, cheio de mentiras e traições. Cansada de tudo, e prestes a passar uma temporada em outra cidade, ela pediu um tempo e estava decidida a seguir sua vida. Em sua...