— Dite, posso te perguntar uma coisinha bem pequenininha? — Freya puxou um pouco meu braço, seus olhos grandes e escuros me encarando como se a pergunta fosse pular de suas orbes e estrangular meu pescoço caso eu negasse.
— Vá em frente — joguei meu pacote de algodão doce no primeiro lixeiro que vi, e dei total atenção para ela, brincando com minhas sobrancelhas para ela achar graça. Ela riu, mostrando a pequena janela que se abriu no seu sorriso ontem a noite.
Ela estava brincando com Rihanna enquanto eu e Hailey fazíamos a janta, até que de repente, ela veio correndo com algo branco na mão. Ao olhar para sua roupa, percebi que a sua blusa, o seu rosto e o nariz do meu gato estavam com sangue.
Precisei limpa-los e colocar dez dólares embaixo do travesseiro dela, porque Freya disse que a fadinha dela era meio pão duro e nunca dava mais que dois dólares.
Como eu queria agradá-la, lhe dei todo o dinheiro que tinha na minha carteira naquele momento.
Hoje, com ajuda de Hailey, tinha mais dinheiro na mão, e podia pagar a entrada dos Vingadores, que estava passando em forma de reprise no cinema perto do campus.
— Se você fosse uma formiga, de qual cor você seria? Das vermelhas, ou das pretinhas? — Com o dedo indicador e o dedão, Freya os aproximou e quase colou um no outro, deixando apenas espaço para sugerir o tamanho de uma formiga minúscula.
— Ah, uau, você me pegou de surpresa. Eu acho que... — me virei para ela com um sorriso travesso, e me abaixei na sua altura para cutucar suas costelas com meus dedos — eu seria a vermelha, pra quando eu passar sobre o seu pé, morder ele todinho.
— Ai, Dite! — Ela parou de rir quando a soltei, e suas pequenas mãos arrumaram seus cabelos cacheados, que hoje estavam soltos. — Não teve graça.
Levantei as duas sobrancelhas para ela, fazendo uma cara de quem não acreditava. Espremendo seus olhinhos, ela lutou contra um sorriso.
— Já chega — birrenta, ela cruzou os braços.
Quando estávamos comprando os ingressos na bilheteria, Freya começou a me perguntar porque a tia Hailey se vestia com aquelas roupas e ficava como uma palhaça pulando no meio do ginásio, cantando uma música chata e repetitiva.
Segurando meu riso, expliquei para ela que em jogos de basquete, geralmente tinham as lideres de torcida, que ajudavam a dar uma motivação para os atletas.
Freya pegou a pipoca que entreguei a ela e sorriu para a moça atrás do balcão, que lhe deu um canudinho verde para beber o refrigerante em garrafa de vidro.
— Gracias, yo hablo España.
Eu fiz uma careta para o sotaque forçado e a língua estrangeira que minha irmã usou, e pedi desculpas para a moça, que não parava de rir.
— Você acabou de dizer que fala Espanha. Sabe disso, não é?
— Mamãe me disse que a mãe da nossa tataravó veio da Espanha. Ela disse que a Espanha tá no sangue.
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RECOVERY
RomanceLIVRO I | TRILOGIA EPIPHANY "Eu só tinha um trabalho, e era não sucumbir ao desejo de cair na tentação que era Jasper. Eu ia muito bem enquanto meu único sentimento direcionado a ele era ódio. E era recíproco, ele também não me suportava. Porém quan...