02

12.6K 1.2K 776
                                    

O nome dela era Perséfone, e eu sabia disso já fazia um tempo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O nome dela era Perséfone, e eu sabia disso já fazia um tempo.

Uma vez, Noah e eu viemos aqui para comer e conversar, e ela nos serviu. Me lembro de dizer que ela era bonita pra cacete depois que ela se virou e foi embora. Eu não tinha parado de encarar ela a noite toda. Noah bufava a cada vez que eu falava sobre o fato de ela ser a garota mais bonita que eu tinha visto na vida.

Quando eu perguntei qual era o problema dele, ele me contou que ela era perda de tempo.

Ela é amiga de Hailey, as duas dividem o apartamento já faz alguns meses. Nas únicas vezes que eu fui levar Hailey em casa, quando seu carro estava estragado logo após alguma festa, eu nunca tinha me encontrado com ela, então não a conhecia. A primeira vez que eu a vi, mais ou menos um mês atrás, eu estava jogando basquete e observei quando ela foi até o vestiário das garotas da torcida com uma bolsa na mão. Foi ali que reparei nela.

Nunca dei muita bola para Perséfone porque Noah me disse que ela é uma pessoa chata, insuportável e que não vale a pena insistir. Ele me disse que uma vez até tentou uma conversa mais afetiva — palavras dele que traduzindo significa dar em cima — e levou o maior fora da história.

Eu ri, achando muita graça.

Mas agora, depois de trocar pela primeira vez mais de duas palavras sem ser obrigada por ela ter servido a comida para mim ou para dizer o meu pedido, percebi que ele não estava exagerando.

Além de ser grosseira, também é irresponsável. Quem deixa uma criança sozinha em um local como esse?

Claro que foi atrevido de minha parte me intrometer em sua vida pessoal, mas alguém precisava dar um toque na sua consciência. Ela que não apareça chorando quando a criança for dada como desaparecida.

Respirando fundo, puxo a cadeira e me sento no meu lugar de novo, abrindo a tampinha para enfiar uma grande quantidade de água no meu estômago.

— Já to até vendo que quebrou a cara — Malcom bate no meu ombro enquanto eu fecho a garrafinha e a coloco sobre a mesa. Ele tinha as sobrancelhas grossas acima dos olhos divertidos se mexendo para mim. Sua bochecha sendo esticada para perto dos olhos enquanto sorria e coçava o couro cabeludo preto.

Apenas levanto as sobrancelhas, cruzando os braços na frente do corpo.

— Eu avisei, não foi? — Noah ri, debochando de mim. — Não desista, daqui a alguns anos você consegue o que quer.

Bufo, olhando ao redor do bar, esperando que eles tirem o assunto da boca e foquem em outra coisa. Finjo estar desinteressado no que eles falam e não evito deixar a curiosidade subir em mim. Olho para onde eu estava há um tempinho atrás, achando a garotinha com as mãos dadas para Hailey.

A sua frente, está Perséfone, entregando alguma coisa para a irmã de Noah enquanto fala. Eu ainda consigo ver a raiva em seu rosto.

Ela tem os cabelos pouco cacheados e castanhos, ondas que caem ao redor de suas maçãs de rosto redondas e altas, dando um ar angelical em sua pele negra e olhos escuros profundos. Lábios carnudos. Corpo alto e postura perfeita.

RECOVERYOnde histórias criam vida. Descubra agora