Capítulo 7

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Murilo estava surpreso, durante a viagem até o condomínio Osmar parecia outro, mais leve.

- Para de me olhar assim Murilo. - Osmar comentou deixando o outro vermelho.

- Ei! Eu não estou te olhando. - Murilo tentava disfarçar.

- Você não resiste novato, não julgo é o sonho de muitas passar o dia inteiro do meu lado. - Campbell estava brincando com Couto com se tivessem muita intimidade.

- Chefe nenhuma conseguiria te suporta por tanto tempo. - O cacheado sentia livre para zoar também.

- Vai me dizer que você não gosta novato? - Osmar dizia estacionando o carro.

- Eu até responderia, mas agora temos trabalho. - Murilo desceu do carro indo em direção à recepção onde estava Renato com um sorriso bobo.

Osmar estacionou o carro e quando viu Murilo conversando com o outro ficou nervoso, ele não sabia porque mas odiava Renato, Campbell parou ao lado do cacheado vendo ele conversar com o recepcionista.

- Oi Renato. - Murilo dizia sorridente.

- Oi Murilo, você demorou, achei que não te veria hoje. - O recepcionista dizia enquanto passava a mão no ombro do outro.

- Eu não poderia fazer isso, porque essa conversa é crucial para nossa investigação. - O mais novo sorria olhando Osmar.

- Entendo. - Renato dizia mais sério ao perceber que a dupla tinha algo a mais. - Podem subir, só não cometem que foi eu que falei nada para você.

- Muito obrigado. - Couto agradecia muito empolgado. - Vamos Osmar.

- Vamos Muca. - Campbell provocava o recepcionista com um apelido e um sorriso sínico. - Obrigado Renato.

Os dois pegaram o elevador e desceram no andar da senhora Smith, respiraram fundo e então Osmar bateu na porta, sendo atendido por Ana.

- Senhora Smith podemos conversar? - Campbell disse.

- Primeiramente quem são vocês? - A viúva dizia assustada.

- Sou o detetive Campbell e esse aqui é meu assistente Couto.

- O que vocês querem? - Ana ainda estava relutante.

- Precisamos conversa sobre um assunto delicado, será que podemos entrar? - Campbell insistia.

- Me desculpem, mas eu preciso entender o que está acontecendo antes de deixar dois homens estranhos entrarem na minha casa. - Ana dizia com um tom soberbo.

- É sobre seu marido. - Osmar retrucou no mesmo tom.

- O que o Arthur aprontou dessa vez? Ele deve estar no apartamento de cima com um rabo de saia - A senhora parecia não ligar muito para o que estava acontecendo.

- Você não sentiu falta dele? - Campbell estava intrigado.

- Ele fica até meses lá, e acha que eu não sei que ele me trai. - Ana dizia com um semblante cansado.

- Por que vocês estão juntos ainda? - O detetive começava identificar um perfil suspeito.

- Estou com ele pelo dinheiro. - A senhora Smith falava com certa naturalidade.

- O senhor Smith tinha outros herdeiros além de você e seus filhos? - A primeira pergunta que Murilo ousou fazer.

- Toda a fortuna dele será minha e dos meus filhos, isso se ele morrer. - Ana ainda não entendi onde aquelas perguntas iriam chegar.

- Mas seu marido foi morto à uma semana e tudo indica que você o matou. - Couto concluiu e o semblante de Ana mudou.

- Falem baixo, o que os vizinhos iriam pensar? Entrem, por favor. - A viúva gaguejava como se fosse culpada.

- Senhora Smith você tem algum álibi da madrugada de quarta para quinta? - Campbell questionava.

- Óbvio que tenho, eu estava viajando desde domingo. - Ana revirava os olhos. - Mas se eu fosse vocês eu ligaria na companhia doce sabor, o Arthur sempre contratava acompanhantes de luxo dessa empresa.

- Você tem o número desse lugar? - Couto perguntava para anotar e a moça lhe entregou um cartão.

- Esse eu peguei da carteira dele. - Ana concluiu.

- Você sabe mais alguma coisa para ajudar na investigação? - Campbell perguntava.

- No domingo antes de eu viajar escutei uma ligação dele era com uma tal de Sara parece que foi a acompanhante que ele estava a muito tempo pela conversa. - A senhora Smith dizia.

- Você escutou alguma coisa dessa conversa? - Couto questionou.

- O Arthur gritava muito com ela como se estivessem brigando e então ele marcou um encontro com ela na quarta em um bar no subúrbio. - Ana contava a história que encaixava perfeitamente com os dados.

- Você sabe o que era a discussão? - Campbell parecia muito interessado na história.

- Não consegui identificar porque eu estava indo me despedir com nossos filhos e eu não quis que ele escutassem o que o pai era e fui embora viajar sem me despedir. - A mulher parecia sincera.

- Obrigada senhora Smith, não saía da cidade nos próximos dias, vamos investigar essas informações e qualquer coisa iremos te procurar. - Osmar concluiu a conversa.

- Claro, irei colaborar. - Ana dizia.

Os dois homens saíram do apartamento com ainda mais dúvidas, então eles foram rumo ao escritório para atualizar o mapa de evidências.

- Novato parece que a gente não vai chegar a lugar nenhum. - Campbell disse enquanto acendia seu charuto.

- A causa do assassinato não aparece, será que vamos conseguir? - Murilo dava um gole em sua bebida.

- Amanhã a gente liga na agência de acompanhantes e as vezes a gente tem sorte. - O mais velho dizia.

- Osmar já é tarde, eu vou embora. - Murilo dizia enquanto levantava do chão.

- Não vai não novato. - Osmar insistia.

- Por que eu não iria? - Murilo sorria sem ao menos perceber.

- Hoje eu lhe contei meu maior segredo, acho que você também guarda um. - O mais velho estava interessado na história do outro.

- Para de ser fofoqueiro senhor Campbell. - O cacheado debochava.

- Conta Murilinho. - Campbell estava muito curioso.

- Apelido essa hora, mas é falso mesmo. - Couto ria muito.

- Então também não conta. - Osmar fazia um bico de manha.

- Eu vou contar. - Murilo chegou próximo de Osmar e sussurrou no ouvido do outro. - Eu sou um vampiro.

- Vai te fudê. - Campbell parecia irritado.

- Eu vou contar agora de verdade, só porque eu confio em você. - Murilo tinha um semblante triste e preocupado.

Mais que um AssassinatoOnde histórias criam vida. Descubra agora