All For The Game - (adaptação drarry)

capítulo 4 parte 2

Harry olhou para ele, o sangue correndo em seus ouvidos enquanto tentava entender as palavras de Draco. Draco só podia estar mentindo para ele; Cedrico não poderia ter dito coisas assim sobre ele. Até onde Harry podia calcular, Cedrico mal conseguia ficar na mesma quadra que ele. De que adiantava ele dizer mentiras tão óbvias? Estava tentando irrita-lo?

- Então Cedrico finalmente conseguiu convencê-los a assinar com você, e você saiu correndo. - continuou Draco. - Curioso que alguém com tanto potencial, que se diverte tanto, que poderia ser algo, não quereria nada disso.

Se Draco estivesse dizendo a verdade, então Cedrico havia mentido para todos eles, e Harry só sabia uma razão para tudo isso. Talvez Cedrico tivesse se lembrado dele depois de tudo, e dissera tudo o que precisava para recrutar Harry. Mas se fosse assim, o quanto Cedrico sabia? Quanto ele compreendia ou se lembrava do que acontecera há oito anos atrás? Ele lembrava o verdadeiro nome de Harry? Sabia o que significava esse nome?

- Você está mentindo, - disse Harry, finalmente, precisando que essa fosse à verdade. - Cedrico nme odeia.

- Ou você odeia ele - replicou Draco. - Não consigo me decidir, suas pontas soltas não somam.

- Não sou um problema de matemática.

- Mas eu ainda vou resolver você.

Harry virou-se sem dizer mais nada. Cedrico estava reunindo suas bolas, terminando com o treino. Quando Cedrico se dirigiu para a porta, Draco se mexeu. Harry observou enquanto ele se levantava, com os sapatos estalando silenciosamente sobre a arquibancada enquanto descia para o pátio interior.

- Você é um enigma.

- Obrigado.

- Não agradeça - disse Draco, enquanto passava por Harry sem olhar para trás. - Preciso de um brinquedinho novo para me divertir.

- Não sou um brinquedo.

- Veremos.

Cedrico tirou o capacete assim que a porta da quadra se fechou atrás dele. Ele olhou para Harry e depois para Draco. Harry olhou para ele, procurando a verdade em seu rosto, procurando alguma razão por trás das grandes palavras de Draco. Cedrico não pode ouvir a conversa da quadra, mas Harry ainda esperava que ele o chamasse pelo seu verdadeiro nome.

Em vez disso, ele disse:

- Por que você está aqui?

- Eu queria treinar.

- Como se isso fosse ajudar.

Era rude, mas exatamente o que Harry precisava ouvir. Draco havia mentido. Harry respirou aliviado enquanto observava Cedrico por o balde de bolas ao chão. Ele colocou sua raquete e capacete no banco para tirar suas luvas e protetores de braço. Draco o ajudou a tirar, enfiando as luvas debaixo do braço e passando os dedos pelas travas dos protetores.

Ele agarrou o capacete de Cedrico pela grade frontal e fitou ele recolher a raquete novamente.

- Draco? - perguntou Cedrico.

- Estou pronto - respondeu Draco, e se dirigiu para o vestiário.

Harry não os viu partir. Sentou-se no banco do pátio e olhou para a quadra, ouvindo a porta fechar atrás deles. Estendeu a mão e pegou uma bola fora do balde, e a girou mais e mais em seus dedos.

- Ídolo. - sussurrou Harry, então se deu um tremor violento.

Ele apertou a bola até seus dedos doerem, mentalmente refez seu passado. Ele foi para o Arizona, depois para Nevada. Lembrou-se da praia de areias negras ao longo da costa perdida na Califórnia, onde sua mãe finalmente havia desistido de lutar. Ele nem sequer percebeu que ela tinha ficado tão ferida depois de ter encontrado seu pai em Seattle. Ela tinha sangrado na maior parte do caminho enquanto atravessavam Oregon, mas ele não achou que fosse grave. Não sabia que ela estava com hemorragia interna, um rim e o fígado rompido, seu intestino machucado. Algo irreparável.