🗼 Capítulo XXVI 🗼

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🏩Dia da alta🏩

O francês estava incrédulo com o que acabara de ouvir de mim. O olhar perplexo dele, representa a imagem de um homem que acabou de ter o chão abaixo de seus pés em ruínas.

_Como disse? – balbuciou com seus lábios se debatendo pelo efeito do recebimento uma carga de tensão elétrica ultrapassando 120 volts, nomeado de “sinceridade”.

_Lión, aquiete-se. O paciente precisa de repouso. – declarou Jolie exercendo o papel de médica, pois, para o de irmã e de futura namorada, ela não está preparada psicologicamente, no momento.
Enquanto isso, na minha cabeça ficava ressoando as minhas próprias palavras. Se eu tivesse em uma caverna, diria que era o efeito do eco aquele conjunto de sons:  “...se nossos sentimentos forem mútuos e for do projeto de Deus, acontecerá”. Isso significaria que a figura ruiva do meu sonho; a irmã do Lión, seria minha... NAMORADA!

Eu estou um pouco tonto para continuar... Percebendo isso, minha doutora me auxilia a retornar à cama.

_Não se preocupe, já estou com o resultado dos exames bem aqui. A tontura que sente é devido a queda, e o que você desenvolveu é somente uma leve concussão. – disse ela lendo os papéis sob sua posse.

Concussão? Eu lembro de ter lido um artigo no jornal sobre isso. Um médico entrevistado comentava sobre os tipos de lesões que um impacto na cabeça podia gerar. Dentre várias, ele citou a concussão – a qual é uma lesão causada por uma pancada na cabeça e que pode deixar alguns sintomas cognitivos temporários.

_Uma vez que o diagnóstico não é severo, então logo você será liberado. Mas como sua médica, eu recomendo um bom descanso. Por isso, será necessário que fique ausente de suas funções no trabalho por alguns dias.

_Está bem, doutora.

Depois de se recompor, o semblante do homem perto da janela era de total insatisfação, ao ver sua irmã menor comigo. E, mesmo querendo retrucar e debater sobre a situação, Lión nada fez. Acho que ele entende e respeita, o trabalho da Dra. Leblanc. Seu dever é cuidar dos feridos e enfermos; salvar vidas... Independente de quem sejam os pacientes.

Estou com mil e um pensamentos na cabeça. Aqui dentro de mim está uma verdadeira desordem, mas tudo se dissipa só de vê-la.
Ela consegue cuidar de mim como se nada tivesse acontecido ou pelo menos, está fingindo que não aconteceu para terminar seu trabalho em paz e com a sanidade mental em equilíbrio.

Observando-a nos mínimos detalhes, me fascino no quanto ela é diferente de certo alguém... Uma pessoa que machucou o meu ingênuo coração há muito tempo atrás. O medo que isso se repita, me apavora. No entanto, a confiança em que Deus jamais me deixaria viver aquilo de novo, me conforta e me dá forças para rasgar a cortina do passado. A cortina que veda a passagem da luz da esperança para o meu futuro.

No momento em que recebi alta do hospital, Lión foi à procura de Jenna e Darlene para avisa-las, onde possivelmente estariam no refeitório. Com isso, restou a apenas duas pessoas a sós.

Não sabia como reagir depois da minha exposição. Minhas possíveis ações foram neutralizadas pela atmosfera que  contém excesso de quietude distribuída, no quarto do formato de um quadro. São poucos os ruídos audíveis que escutar-se, como o som do ar condicionado, o barulho dos sapatos de Jolie e também as gotas de soro pingando. Por tal motivo, não afirmo: “o local não possui nenhum som além de nossa respiração”.

_Markus... – ouço sua voz quase em sussurro.

Ergo meus olhos em sua direção. Vejo a figura de uma moça com os elétrons de seu corpo em ebulição pelo nervosismo. A caneta na sua mão foi recebendo toda força fornecida pela sua portadora. O modo como está parada na minha frente com o olhar fixo, demonstra decidida a me falar algo. Ela é tão autoconfiante, apesar de ser nítido que está intimida.

Sweet Love : um romance em ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora