Sweet Love : um romance em Paris

🗼 Capítulo III 🗼

👫 Reencontro 👫

Desprendo os olhos me despertando do meu sono. Escuto os pássaros cantando . A brisa da manhã passa pela janela, que esqueci aberta. É tão suave . Me encho de ânimo e me levanto da cama. Olho para o relógio e fico pasmo quando vejo as horas. São exatamente 9:18 AM , o que indica que estou extremamente atrasado. Corro e consigo me aprontar o mais rápido que pude.

Averiguo se peguei todos os materiais necessários e minha câmera, o meu instrumento de trabalho. Me lembro que minha bíblia já está na minha mochila , uma vez que tinha posto ontem. Saio depois de fazer uma oração como faço toda vez antes de um trabalho.

Entro no elevador e lá está Mourice.

_Bon jour! - cumprimento-o , contudo ele não responde apenas sorri para mim.

Vem a mente a possibilidade de Mourice ser mudo, pois um rapaz tímido pelo menos ia responder um simples "bom dia". Será? Não sei como fazer esta pergunta. E se for algum tipo de deficiência , como saber se ele é mudo ou deficiente auditivo? Somente perguntando.

_Mourice, posso te fazer uma pergunta? - tento ao mesmo tempo articular com as mãos - Mas não é obrigatório dá a resposta se não quiser . - ele assenti com a cabeça , fazendo sumir a possibilidade dele ser surdo.

_ Você é mudo? - ele assenti movendo a cabeça no sinal de "sim" e com as mãos também ao fazer um "legal".

_ Eu estava começando achar que era tímido. - ele tampa a boca com mão para ri de minha confusão e é tempo que as portas se abrem.

_ A gente continua a conversa quando eu voltar - falo saindo e ele acena para mim .

Do lado de fora do hotel lá estava Nicolau. Com o encontro inusitado de ontem e a conversa no período da corrida surgiu o tema do meu emprego . Então, tive a brilhante idéia de chama-lo para me levar esta manhã para o ensaio de fotos. Mas , o problema é que me atrasei e o deixei esperando.

Entro no táxi e o cumprimento . Peço desculpas por tê-lo feito aguardar por mim. No entanto, Nicolau já é um senhor de idade e o tempo lhe fez experiente , ele olha para este jovem bastante apressado e diz : " O pensamento é o escravo da vida , e a vida é o bobo do tempo ( uma frase de William Shakespeare) ". Não entendi de imediato qual era o ensinamento que tinha naquela frase , mas sei que logo saberei.

No curso da viagem , o silêncio invadi o interior do carro e a partir dali, navego em minhas fantasias inconscientemente. Me recordo do breve momento que tive com moça de cabelos ruivos. Meu subconsciente desejava que eu pudesse repetir tudo de novo por mais alguns segundos, para que conseguisse ouvir sua bela voz. Entretanto , meu senso de realidade bate a porta pedindo para eu despertar-se de minha ilusão , fazendo-me recordar de outra lembrança. Esta lembrança por sua vez é de uma memória antiga da época de adolescente. Foi quando minha esperança de encontrar minha metade da laranja se dilacerou por inteira e certeza que somente serei o "melhor amigo" se consolidou.

Não demorou muito para nossa locomoção embora o trânsito estivesse bem movimentado . Chegando a minha parada Nicolau me deseja sorte com o seu sorriso esplêndido e seu olhar positivo.

Adentro neste magnífico edifício com funcionários bem educados e preparados para qualquer auxílio que um visitante precise e vou direto para o local combinado com Denise e Jenna. Ao entrar na sala vejo Jenna histérica, quase arrancando os cabelos.

_Eu não acredito. Isso vai nos atrasar ! - diz Jenna para Denise com as mãos na cabeça andando de um lado para o outro.
Fico receoso e presumo que todo o estresse seja por causa de meu atraso. Vou me aproximando devagar como se estivesse atravessando um campo minado.