- Droga! - Você diz isso o tempo todo,Eric. - Na verdade,não digo.Acho que é só hoje.Que tipo de alto executivo não manda arrumar seu próprio elevador? - O tipo sovina. Eric se afastou da porta e foi para trás da mesa do dr Jekell.Então,começou a empurrá-la. Renée ficou impressionada. A peça era de mogno maciço e pesava quase tanto um Fusca.Ansiosa,pôs-se de lado,e ele colocou o móvel contra a porta. - Abra,sua cretina! - gritava o dr Jekell. - Vamos la,Renée.Não adianta tentar reagir - completou Random. - É bom ser popular - ela brincou. -Idiotas - Eric andava em círculos e Renée reparou que seu olhar oscilava entre um ponto e outro,janela ,entrada do banheiro,parece,molduras de quadros,janela. Busacava alvos.Se não fosse tão irritante seria sexy.Pelo menos,ele não havia feito aquilo enquanto estavam na sala de reuniões. Mas aquela ocasião,não havia como.... -Ainda bem que me encontrou hoje. - Ah,eu estava pensando nisso! - exclamou,sarcástica. Ao ver a porta oscilar,Renée estremeceu.Jekell era baixo,mas tinha a compleição de um hidrante.Renée tinha dúvidas de que abriria a porta nos próximos minutos,ainda mais com a ajuda de Peter Random.Aflita cruzou o ambiente,ergueu a persiana e apontou. - Está vendo aquele prédio? É o depósito do zelador. Eric aproximou-se dela e olhou para a pequena construção quadrada abaixo. -É uma queda de quanto?Una três metros? -Sim.Dali ,desceremos do telhado para o chão e iremos correndo para o carro.Vai machucar,mas creio que não quebraremos nenhum osso. - Ela tentou abrir a janela,mas o vidro só se deslocou cerca de quinze centímetros. - Renée,deixe-nos entrar agora mesmo! Estremeceu.Não tinha como evitar .Jamais em sua vida alguém se dirigiu a ela com tamanho ódio .Muito menos um chefe. Quando notou Eric olhando-a com certa preocupação ,forçou um sorriso. - Parece meu avô falando antes de o colocarmos no asilo. - Sei...Fique para trás. - Eric pegou a cadeira de Jekell e atirou-a na janela. O vidro se estraçalhou no mesmo instante.Em seguida ,ele tirou o paletó,o que só serviu para chamar ainda mais a atenção para a camisa abotoada errada e para os cabelos desalinhados e colocou-a sobre o parapeito. - Apóie-se aqui,Renée.Eu vou baixá-la. Naquele momento,a mesa começou a ser afastada da porta,e ela ouviu as vozes de Peter e Jekell forçando o peso e empurrando. Sem perder tempo,Renée subiu no parapeito,girou o corpo e pendurou-se .Eric segurou-a pelos pulsos e baixou-a o mais que pôde antes de soltá-la. Renée ciu cerca de dois metros sobre o teto do depósito e rolou para o lado,para abrir espaço para Eric.Ele aterrisou três segundos depois. - Já lhe disse o quanto odeio altura? - perguntou ele,por entre os dentes,ajudando-a a se levantar. - Não.É mesmo?Odeia alturas?Mas hoje... - Tenho saltado atrás de você por todas as janelas deste mundo! - Fitou o lugar onde haviam acabado de saltar e teve um calafrio. - Pelo menos não foi tão alto como quando saltamos sobre a estação de metrô suspenso. - Certo,certo.Vamos lá,Eric.Temos de descer logo aqui.Duvido que esses dois venham atrás,mas... - Volte já aqui,sua miserável! -Eu teria o maior prazer em enfiar o cano do meu revólver na boca desse sujeito! - esbravejou Eric. - E onde está sua arma? - Não tenho porte para usá-lo neste Estado - ele admitiu,envergonhado. Renée não pôde deixar de rir. - Não é muito heróico... -O quê? Obedecer às leis sobre armas de fogo?Engano seu. A noite se achava no mais absoluto silêncio,sem nem um sopro de vento,de forma que Renée ouviu muito bem quando Jekell disse as palavras que gelaram seu sangue: - Atire neles,seu idioata! - Temos de descer,Renée.E rápido! - Cuidadoso,Eric ficou na frente dela enquanto Renée avançava para a borda do terraço. A voz de Random soou estranhamente nervosa: - Não vou atirar em uma mulher,por mais que ela tenha atrapalhado minha vida. - Então,dê-me isso! - Jekell ordenou. Renée se abaixou girou de lado e ficou atrás da parede.Mais uma vez,Eric baixou-a pelos pulsos. - Você o conhece melhor que eu,minha querida.Jekell vai atirar? Os dois ouviram o zunido de balas.Renée avistou o colarinhoda camisa de Eric se deslocar e gritou de susto. - Acho que isso responde... Ela respirou fundo,muito nervosa.Passara tão perto! Mais cinco cetímetros para a direita e Eric teria sido atingido. -Por sessenta bilhões de dólares,ele atiraria até na mãe.Agora,vamos descer logo daqui,Eric! Ouviram outro disparo. - Essa também foi muito perto.Vou soltá-la. - Ele a largou e pela vigèsima vez em seis horas.Renée caiu. Mas sua sorte parecia tê-la abandonado.No momento em que tocou os pés no chão,sentiu uma dor aguda emanar do tornozelo em direção ao joelho. - Rápido! - berrou ,tentando se levantar e caindo. - Desça logo! Jekell pareci dispsto a acertar qualquer um deles.Por sorte,como a maior parte dos executivos,ele era um péssimo atirador. Ainda assim,Renée estaa aterrorizada e não descansaria enquanto Eric não estivesse a seu lado,a salvo.Engraçado... Ela achava que já estivera apavorada naquele dia,mas nada se comparava ao que sentia naquele momento,quando o homem que amava desviava das balas. A árvore atrás dela balançou,numa prova de que Chacal errara mais um tiro.De repente Eric aterrizou perto dela e segurou sua mão.Quando tentou erguê-la,Renée fraquejou. - O que houve?Você se machucou? -Meu tornozelo.Cái mal.Você acredita?Pegue... Ei! Eric inclinou e tomou-a nos braços,comose Renée fosse uma criança. - Eric,pelo amor de Deus,peso uma tonelada!Você não pode me carregar por aí como se eu fosse um bebê. - Pois fique olhando. Ele deu dois passos .Então um facho de luz atingiu-os em cheio e ele quase a derrubou. - PolÌcia! Fiquem onde estão!
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Doce Estranho
ActionRenée Jardin não pretendia se tornar uma ladra. No entanto,quando saiu da empresa em que trabalha,carregando acidentalmente a descoberta científica mais importante do século,sua fuga começou.... No desespero de escapar,Renée dá um ardente beijo no p...