Renée Jardin disparou em meio á rua movimentada.Saltitando como uma deselegante gazela morena,conseguiu escapar da morte três vezes antes de chegar a calçada,recebendo a freada irritada do motorista do ônibus como uma músico recebe aplausos. Sem diminuir a velocidade,arriscou uma espiadela por cima do ombro.Sim,ainda estavam a uns vinte metros de distância.Não conseguiram ver seu rosto. Entrou em disparada no hotel e ficou por instantes fascinada pelos elegantes candelabros acesos e pelo sorriso do recepcionista,Ele devia ter uns cem dentes.Para onde ir,para onde ir? Ouviu o ruído característico do elevador e cruzou o saguão naquela direção.Tinha de sair do térreo.Depois disso... Bem,iria se preocupar com o resto depois.Afinal,era especialista em improvisação. A má notícia,como se ainda precisasse de outra,era que o elevador era panorânico.Portanto,,todos a veriam subir. Renée viu alguns hóspedes saírem,protegidos e elegantes em suas roupas de outono,muito tranquilos,com nenhuma preocupação mais séria do que o que comer no jantar. Ao vê-los ,ela teve vontade de estrangulá-los e chorar em seus ombros ao mesmo tempo. Quando o ascensor esvazior ,um executivo solitário entrou,com o rosto enfiado em um jornal.Um plano ousado,incosequente e maluco invadiu a cabeça de Renée e como de hábito,foi aprovado na mesma hora. " Eles não conhecem bem minha fisionomia.A lembrana que têm é mesmo terrível",lembrou a si mesma,apresentando-se ao ver as portas do elevador começarem a se fechar."Além disso,estão procurando uma mulher sozinha.Assim..." Renée entrou tão rápido que quase bateu na parede oposta. " Dorga de saaptos novos!" Ela sabia muito bem que não era pudente usar solados como aqueles para trabalhar.E muito menos para fugir durante o trabalho. O executivo olhou-a por cima do WALL STREET JOURNAL e arqueou as sombrancelhas quando ela tirou-lhe o periódico jornal das mãos e passou os braços por seu pescoço. - Desculpe-me,eu me atrasei - disse Renée,beijando-o nos lábios. Aquilo era trabalho,não prazer. Ou seria o contrário. O homem a fez pensar em uma raposa.Os cabelos castanhos encaracolados quase até os ombros,formando um contraste interessante com terno preto sóbrio,a camisa social azul-celeste e a gravata azul com listras pretas. Mmomentos antes de atacá-lo,Renée viu que os olhos eram do mesmo tom de azul da camisa.Os cabelos macios como seda. Em vez de afastá-la ou atingi-la com maleta executiva ,o estranho retribuiu o beijo com ípeto e entusiamos.Renée sentiu os pés deixarem o chão e percebeu que ele a erguera,para aninhá-la melhor em seu abraço.Ah,ser abraçada! Faz tanto tempo... Desde... em que ano havia sido? Renée enrolou as pernas na cintura dele e deixou-o beijá-la incontáveis vezes. Aquele dia fora péssimo.Aquela semana ,aquele mês.Afinal,havia os bandidos.Certo,os mocinhos.ELA era o bandido,pois estavam em SEU encalço. E Renée não tinha dinheiro,nem um lugar onde ficar.E se alguém descobrisse o que pegara,sua vida não valeria nada.E por fim,nunca mais conseguiria um emprego em sua área. Mas ,aquele,aquele homem incrível... suas mãos estavam nela,grandes e quentes,sua boca a beijava e provocava ,sua loção após a barba cheirava como uma orquídea ao sol e... O elevador parou. Com profundo pesar,Renée conseguiu desvencilhar-se e se pôr de pé. Não foi fácil respirar fundo.Decerto por ter corrido tanto e por causa do beijo mais delicioso que já experimentara.Nesse meio tempo,o executivo enfiara as mãos nos bolsos e a examinava com cuidado.Sem sorrir. - Tudo bem - disse ele,quando a viu recuar para fora do elevador. - O que está bem? - Renée tentou falar sem tremer. Que andar era aquele? Ora,o que importava? - O atraso. Você disse: " Desculpe,eu me atrasei". Ele tinha uma voz agradável de barítono e não desgrudava os olhos dela.Para surpresa de Renée,o desconhecido a seguiu,deixando a maleta para trás. - É... obrigada.Eu preciso ir. O estranho estendeu a mão e pegou-a pelo cotovelo.Por um momento,Renée considerou a possibilidade de quebrar pulso dele,mas optou por não fazê-lo.Até porque tinha coisas maiores com que se preocupar do que em atacar o sr Fogoso. - Almoce comigo. - Não posso.Tenho de... " Sair correndo,me esconder.Descobrir o que fazer com Pace IC.Chorar até dormir. Pular de um penhasco.Beijá-lo outra vez e DEPOIS pular de um pennhasco." - Preciso ir. Ele franziu os olhos,ainda sério. - Você entendeu mal.Eu não estava perdindo... Renée. Ela quase desmiaou quando ele retirou do bolso um distintivo. - Tem de prestar alguns esclarecimentos.E pode fazê-lo durante o almoço.
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Doce Estranho
ActionRenée Jardin não pretendia se tornar uma ladra. No entanto,quando saiu da empresa em que trabalha,carregando acidentalmente a descoberta científica mais importante do século,sua fuga começou.... No desespero de escapar,Renée dá um ardente beijo no p...