Leilão.8

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Izuku por mais que tentasse permanecer forte diante de toda a situação que se encontrava, o medo que lhe rodeava era maior, o trauma de ter o corpo violado era gigante, e sabia que a partir dali não deveria confiar ou ter esperanças de que um dia sairia daquele sela que se fechava em sua mente. Estava apavorado.

A cada dia que se passava ali dentro algo de novo ocorria, era certo dizer que Bakugou já não o tocava mais, mesmo assim sentia a tensão se intensificar quando o ambiente era preenchido pelos dois, era difícil dizer quando algo iria acontecer ou não, queria acreditar nas palavras daquele homem, mas tinha medo, tinha medo de ser enganado e violentado por mais uma vez, seu corpo ainda estava vulnerável. 
Com um suspiro fraco e falho o jovem de cabelos desgrenhados abriu lentamente seus olhos, não demorando a se deparar com a parede do quarto, o quarto que desde então era seu. A janela estava aberta e as cortinas balançavam suavemente sobre cada sopro de vento, o céu nessa manhã estava nublado e sabia que logo mais choveria, por isso apenas se sentou sobre o colchão e fechou a janela um pouco acima de sua cama. Os olhos sem brilho algum estavam presos sobre o jardim a frente da casa, tinha uma visão bonita da janela se deu quarto, e isso o lembrava das vezes que visitava o parque central junto a sua mãe, o jardim florido no centro do parque era o ponto que mais amava daquele lugar, sempre via um ou outro funcionário regando as flores enquanto outro aparava alguma plantinha danada que tentava escapar das grades em volto do magnifico jardim. Para dizer a verdade agora se sentia como uma daquelas flores, preso e sem como fugir, na verdade até tinha, mas o medo que sentia de Bakugou era muito maior, por isso evitava fazer algo que não o agradasse.

Tudo em sua volta aos poucos perdia sua cor, perdia a essência que um dia teve, estava tudo se tornando cada vez mais triste, e isso se dava ao falto de estar longe de sua querida mãe, aquela que sempre o trouxe segurança, perdeu a única pessoa que lhe trazia paz, algo tudo o que restava era o medo, a tristeza e a solidão. Izuku tinha em mente que Bakugou sabia como se sentia, mas não sabia se isso o importava, afinal, não passava de um misero inseto preso em uma armadilha bem bolada.

Uma batida na porta do quarto o fez suspirar fraquinho e desviar o olhar do jardim que havia ali, levando o mesmo até o local do barulho, vendo então a porta ser lentamente aberta e um loiro baixinho colocar a cabeça para dentro com um sorriso meigo, aquele rapaz era o único que ainda lhe trazia um pouco de conforto.

- Bom dia, desculpa se te acordei, o idiota do Bakugou me mandou verificar se estava tudo bem. - O loiro dizia enquanto adentrava o local rapidamente, fazendo o pequeno esverdeado desviar o olhar dele e voltar a encarar aquele jardim que tanto o chamava atenção. - Oh, é bonito né? O Bakugou ama esse jardim, ele diz que trás um cheirinho doce para dentro de casa. - Comentou rindo baixo enquanto se aproximava do menor.

- Não deveria estar trabalhando? - Midoriya se pronunciou com o tom baixo e apreensivo, não demorando a virar a cabeça e encarar o loiro ao seu lado na cama. 

- Ahh! Está me expulsando? - Fingiu mágoa, mas Izuku não se importou, apenas engatinhou até o meio de sua cama e ali se deitou, voltando a estaca zero de quando acordou. - Hoje é sábado, minha folga, então ficarei o dia todo com você... Isso é, se não foi incomodar, sabe, se quiser eu po.. - Logo foi interrompido quando viu o garoto se virar na cama ficando de cara com a parede.

- Pode ficar, não é como se eu pudesse ter alguma escolha ou opinião aqui dentro. - Respondeu baixinho antes de respirar fundo e fechar os olhos, se perguntava o que Denki e Bakugou planejavam, o loirinho era tão educado e simpático consigo, tinha receio de que algo por trás estava acontecendo. 

- Ah que ótimo, então eu vou preparar o café da manhã, você deve estar faminto, o Sen disse que você anda evitando comer, e vou ficar super chateado se não tomar pelo menos o café da manhã. Então me diz, o que gosta de comer? - Denki perguntou animado antes de caminhar até a porta, parando em frente a mesma para esperar Izuku responder.

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