- Por quê? Está querendo algo? – disse, brincando. Ele ri, mas não faz uma réplica, e ficamos em silêncio por alguns minutos.
Ouço os passos de Nathan virando a curva e logo ele está em minha frente.
- O carro está lá em cima, caso você queira dar uma conferida antes de ir ao racha. – ele disse entrando na sala e abrindo as algemas.
- É aquele carro do mês passado? – o carro era uma merda e eu tinha que fazer o dobro de esforço para ganhar.
- Sim e é o que tem Natalie, não reclama.
- Lógico que eu reclamo, estou no meu direito como sua corredora.
- Você pode correr com meu carro – disse Chaz, esfregando os pulsos e sorrindo com os olhos novamente. – Que não é mais meu, imagino. – olhando para Nathan.
- Acredito que não vai fazer falta, não é?! Ele com a gente ajuda mais – disse Nathan olhando para Chaz com a expressão fechada.
- Não me importo de ajudar os mais necessitados – rebateu Chaz, fazendo com que Nathan trincasse o maxilar, virasse de costas e começasse a subir as escadas.
- Acho que você comprou briga com a pessoa errada. – disse andando.
- Está falando isso para a pessoa errada. – disse Chaz, me seguindo.
Ao chegarmos na metade das escadas, antes das figuras da máfia Erlebnisse, Nathan pede para Chaz cobrir os olhos, o que – surpreendentemente – ele faz sem comentar nada. Acredito que esse processo seja necessário com todos que entram aqui, para que ninguém descubra sobre a máfia Erlebnisse e as pessoas que já a comandaram. Após isso Nathan o conduz até o andar de cima, colocando mais um saco preto na cabeça de Chaz e o levando para a parte externa do galpão.
Andei na direção contrária, até o local onde guardam alguns carros roubados. Corri meus olhos por todos eles, tentando imaginar qual seria o de Charles. Mas não precisei de muito tempo para decifrar pois me deparei com um Bugatti Veryon.
Apenas o luxuoso acabamento em ouro nas maçanetas, frisos, retrovisores, tampa do tanque de combustível, grade do radiador e finalmente nas rodas era suficiente para pagar o carrinho que eu iria utilizar antes. Se é que ele poderia ser chamado de carro comparado com o que estava na minha frente.
- Ei, como que abre essa fera aqui? – perguntei para um dos caras ali de fora.
- Se eu soubesse como Natalie, nem eu nem o carro estaríamos aqui agora – ele brincou, babando tanto quanto eu.
Meu Deus, trabalhar para Justin Bieber não deve ser nenhum sacrifício se os funcionários conseguem comprar um carro como esse. Passei os dedos sobre sua estrutura feita em fibra de carbono, na cor preta. O preto e dourado juntos faziam uma ótima combinação, e ver este carro correndo em alta velocidade deveria ser a oitava maravilha do mundo.
- Toma a chave – disse Nathan, parando ao meu lado de repente e me assustando. Ainda estava de cara amarrada, mas prestes a dirigir aquela belezura eu não me importaria nem se ele estivesse chorando. Em seu interior ainda tinha alguns detalhes na porta e painel em dourado, além dos bancos terem LED ao seu redor. Eu estava super excitada com aquela belezura, como uma criança vendo uma casa de boneca. Corri para fora novamente, mas desta vez para analisar seu motor V16 de 8 litros, que me fez – literalmente – ficar de boca de aberta, pois isso significava que em 3 segundos poderia tirar o carro da inercia e leva-lo aos 100 km. Em 3 segundos!
- Caralho Natalie, você desbancou todo mundo ali – Chaz sentou ao meu lado em um bar improvisado daquele racha. Ganhar uma corrida com um carro cuja velocidade é 434 km/h foi a coisa mais fácil da minha vida. – Mano quando o Justin te ver correndo aposto que ele vai querer você em todas as nossas fugas. Você herdou o dom do seu pai.
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Downfall of Blood
RomanceNatalie sempre foi uma pessoa normal, como a maioria ao resto do mundo. O que sempre a diferenciou de todo o resto foi sua intensidade de sentimentos. Quando seu pai é dado como morto, ela não consegue lidar com isso, então procura por vingança. A...