O garoto vários centímetros mais baixo do que nós estagnou na nossa frente, olhou para o capô do carro e levantou as sobrancelhas.
- Problemas mecânicos?
Hazel enrijeceu o corpo diante da pergunta. Me lembrei que precisava enrolá-lo para dar tempo de Justin chegar.
- Diga que pode nos ajudar, por favor. – Esbanjei um sorriso doce no rosto e implorei.
Um meio sorriso irônico repuxou os lábios do garoto; alguns pelos começavam a crescer graças aos hormônios da puberdade.
- Eu não posso, mas Jack pode. – Ele bate na lataria e então ouvimos o som da porta do segundo caminhão se abrir, por onde um homem desce e caminha até nós.
- Bem que estávamos precisando de rostinhos bonitos para nos fazer companhia, não acha Gonzales. – O homem bate no ombro do adolescente e sorri para nós.
- O carro delas deu pau – o garoto diz. – Se você concertar talvez elas possam nos dar um agradecimento. – Ele olha para o Jack com um sorriso malicioso. Provavelmente achando que com esses comentários conseguiria o reconhecimento do parceiro.
Cutuco Hazel e nós forçamos sorrisos maliciosos também, na intenção de transparecer interesse.
- Precisamos chegar no casamento da nossa amiga o mais rápido possível. E já tentamos ligar para os caras do concerto, mas aqui não pega sinal.
- Se vocês nos ajudarem, nós vamos ficar muito gratas. – Hazel completa.
- Me mostre o problema. – O homem chamado Jack aponta para o carro.
- Nossa moço, muito, muito obrigada. Mesmo. Está salvando nossas vidas. – Sorri, levando-o até o carro. – Eu não sei o que estragou. Quando abrimos o capô saiu um monte de fumaça, e tentamos ligar, mas não deu em nada.
Ele olha de canto para a arma no cós da minha calça, mas não fala nada. Vira de costas e olha para o garoto.
- Entra dentro do caminhão, e deixa ele ligado de uma vez. Vai ser rápido.
- É claro. Quanto mais rápido você for, mais grata nós ficaremos. – disse.
Dez minutos depois Jack consegue conectar os fios, que aparentemente se soltaram sozinhos, de acordo com Hazel.
- Uma de vocês duas pode tentar ligar o motor e ver se funciona?
Hazel sai do lado direito de Jack e vai até o banco do motorista. Só então me lembro que Justin tinha tomado a chave de nós antes de ir embora.
- Porra! – diz Hazel quando sem querer esbarra na buzina do carro, e produz um som estridente.
Neste momento, coloco a mão no ombro de Jack, chamando sua atenção para mim. Olho para sua boca, demonstrando interesse. Ele aproveitando a deixa, vira de costas para o capô do carro e me puxa pela cintura, grudando nossos corpos.
Hazel aproveita o tempo que estou distraindo-o, para criar uma ligação direta sem que Jack perceba.
Jack desce sua mão para a minha bunda e aproxima nossos rostos, querendo me beijar. Sutilmente viro o pescoço para o lado, deixando que ele encoste seus lábios no meu pescoço ao invés da minha boca. Uma troca que parecia ser boa para os dois, já que ele não perdeu tempo em colocar seus lábios no local.
Discretamente olho para frente, vendo Hazel levantar sua mão, me pedindo para aguentar por mais alguns minutos. Fecho os olhos e me obrigo a puxar Jack para um beijo de língua. E somente pensar na minha mão esmurrando a cara de Justin Bieber me manteve ali pelo tempo necessário para que o carro começasse a arrancar.
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Downfall of Blood
Roman d'amourNatalie sempre foi uma pessoa normal, como a maioria ao resto do mundo. O que sempre a diferenciou de todo o resto foi sua intensidade de sentimentos. Quando seu pai é dado como morto, ela não consegue lidar com isso, então procura por vingança. A...