Ainda não, mas quase

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Depois que conferimos os três caminhões, tendo a certeza de que estava tudo okay, Justin pediu que cada um de seus amigos ficasse responsável por dirigir um caminhão, e leva-los para um de seus galpões.

Pelo que Justin tinha me dito, Chaz estava com uma puta ressaca, e por isso de mau humor, explicando porque não tinha vindo me cumprimentar.

Não que tivesse a obrigação, mas nós dois tínhamos construído uma amizade desde o dia em que nos conhecemos. Principalmente depois do cara me encher o saco com várias mensagens durante o dia, do tipo:

"Nat o que você vai fazer hoje? ...

Nat tem uma festa rolando, vamos? ...

Quando você vai me deixar experimentar o tal cream cheese do seu hotel? To doido pra ver se é bom mesmo ...

Quem vence, Jaguar ou Lions? ...

Cara, nunca mais bebo destilado ...

Mano, tô quase pegando aquela barriga de chop..."

Sendo que a última veio acompanhada de uma foto do seu abdome rígido e malhado, sem nenhum indício da tal barriga de chop.

Justin, sentado no banco do motorista ao meu lado, se inclina e abre o porta-luvas, pegando um maço de cigarro e tirando um para ele. Olha para mim e levanta uma sobrancelha, oferecendo a caixa para que eu pegue um também.

Balanço a cabeça em negação e ele o guarda de volta, acendendo o isqueiro e abrindo a janela do carro, para que a fumaça não infeste o carro.

- Não fuma? – diz ele, depois de dar um trago.

- Sim, só não tô afim agora. – digo.

Sem uma Hazel falando a cada instante, ou ligando o rádio para animar o ambiente, esta é a primeira vez que conversamos depois de trinta minutos dirigindo.

Hazel tinha decidido acompanhar o garoto da bunda grande, chamado Chris, alegando que não queria estar atrapalhando o clima entre mim e Justin. Mentalmente, dou uma risada sarcástica, pensando que clima ela tinha visto entre nós.

Ainda estou com raiva por Justin não ter me informado nada antes, como se eu fosse apenas mais um soldado, e subestimado meu potencial.

- Você pretende matar Jack? – digo, olhando ele soltar a fumaça e jogando as cinzas do tabaco queimado na estrada.

- Ainda não decidi. – diz ele, depois de alguns segundos em silencio. Como se tivesse avaliado se valeria a pena me contar. Franzo o cenho.

- Não esconda as coisas de mim.

- Não é isso... – Ele esfrega seus olhos com o polegar e indicador. – Realmente não sei o que fazer com ele. Mato e entro em guerra com a Mara Salvatrucha, ou deixo que ele vá e passo uma mensagem de impunidade para meus inimigos.

- Impunidade? O que eles fizeram para você roubá-los?

- Não preciso de um motivo para roubar, se é o que eu quero – Reviro os olhos para seu comentário arrogante. – Mas, no caso da Ms-13, eu tinha um acordo com eles. 30% de descontos sobre qualquer armamento que eles trouxessem, e eu o cobria para passar pelas fronteiras sem ser barrado pela polícia. Era o melhor acordo que qualquer um nos Estados Unidos tinha com carteis. O que era bom para o negócio, já que acabava com a concorrência. Três meses atrás, descobri que eles tinham feito um acordo com M. Bianchi.

Fico encarando seu rosto contraído de tensão, enquanto raciocínio sobre as informações que ele me deu.

- O chefe da máfia que queremos destruir – ele me olha de canto, observando minha reação. – Enfim, péssimo para meus negócios. O roubo era para que eles considerarem se valia a pena estar do outro lado. Reconsiderarem seu posicionamento.

Downfall of BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora