Eii!
Um ano depois, olha quem chegou???
Se você não assistiu a 4° temporada de La Casa de Papel ainda, e tem vontade de assistir em algum momento, CONTÉM SPOILER.
Pequenininho porque ainda tô esquentando kkk.
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Quando acordei do cochilo, a noite já tinha chegado, e o céu com poucas estrelas estava recheado de nuvens escuras e pesadas, contrariando todos os meteorologistas que previram ser uma noite calorenta e sem chuvas.
Hazel tinha deixado um recado na cabeceira da cama, avisando que tinha ido pra resenha e que não queria me acordar.
Feliz por ter algumas horas pra relaxar e viver um momento antissocial, peguei o interfone e pedi para que levassem ao quarto um cardápio completo do jantar.
Nada melhor do que estar debaixo das cobertas num dia frio, com comida de sobra e uma televisão logada na Netflix.
Hazel iria receber bons spoilers de La Casa de Papel amanhã, pensei com um sorriso maldoso.
Eu estava chorando quando vi coisas que prefiro nem dizer acontecerem com Nairobi, quando a campainha – ou como quer que seja chamado o negócio nas portas de quartos de hotéis – tocou.
Pausei a televisão e me levantei, mas quando abri a porta não era o serviço de quarto com o carrinho de comida, e sim o cara que vinha me atormentando todos os dias.
Revirei os olhos e terminei de abrir a porta, virando de costas e secando as lagrimas.
- Mano, você não está enjoado de ver minha cara não?
- Com esse rostinho lindo fica difícil. Por que você está chorando? – ele entra no quarto e fecha a porta, enquanto eu volto a me aconchegar na cama e me esconder debaixo do cobertor.
- Estou vendo La Casa de Papel, idiota.
- E você está chorando porque... – ele deita do meu lado, no tempo em que espera pelo restante da minha resposta.
- Porque a Nairobi não merece esse final – disse, chorando mais um pouco e fungando o nariz entupido.
Ele segura um sorriso, enquanto me encara com os olhos cheios de diversão, mas ao invés de provocar como sempre fazemos, ele apenas retira os tênis dos pés e entra debaixo do cobertor também.
Embora também não tente me fazer parar de chorar.
Apenas puxa o travesseiro que eu usava pra mais perto dele e encosta a cabeça ao lado da minha, de maneira que eu conseguisse sentir o cheiro do perfume que o corpo dele exalava.
- Arreda um pouquinho pro lado, vai.
Eu arredo contra minha vontade, mas replico:
- Tem outro travesseiro bem atrás de você.
- Quero esse. Agora dá o display.
- O que? Você ainda não assistiu? – disse, sem caçar briga, ou pedir pra que ele vá embora, ou qualquer outra coisa que seja do feitio da nossa relação.
Eu deveria, mas estava tão afim de assistir serie, e é sempre melhor quando se tem uma companhia. E ele estava ali, com um peitoral grande o suficiente pra caber minha cabeça, e não estava sendo provocativo, nem nada.
Na verdade, parecíamos como dois amigos. E isso era bom, e bastava, por enquanto.
- Acho que estou um episódio ou dois na frente, mas depois que vi essa cena fiquei meio mal também. Dei uma desanimada.
- E vai assistir de novo?
- Não tenha mais nada pra fazer mesmo. Tô me sentindo meio caseiro hoje.
Dei um risinho de escárnio, jamais imaginando ouvir um mafioso dizer isso.
Não parecia o estilo de caras assim.
- Tudo bem, mas vou me apropriar do seu braço, já que tomou posse do travesseiro. – disse, encostando a cabeça nele, e colocando o controle da televisão no seu peito, pra que ele pudesse apertar o display – e quando a comida chegar, é você quem vai buscar.
- Como que eu posso negar isso – ele disse brincalhão – é comida!
Ri, pensando que ele deveria ter o signo de touro em algum lugar do mapa astral.
Ele apertou o display e nós não falamos mais nada até o momento em que a comida chegou.
Depois disso, o único som era de nossas bocas engolindo os hambúrgueres e as batatas fritas, ao passo que mantínhamos os olhos grudados na televisão.
A gente colocando os pratos na mesa, apagando a luz e voltando a se aconchegar. Ele no travesseiro, eu no braço dele.
Em seguida, mais sons das risadas perfeitas de Denver e de burradas irritantes de Arturo.
E por fim, sons de televisão desligando, farfalhar de uma guerra de edredom, e duas pessoas dormindo segundos depois de fecharem os olhos, cansados demais pra pensar em qualquer problema que aquilo viria a ser para eles.
Se me perguntassem porque eu o deixei dormir ali, eu não saberia responder como aconteceu, mas o sono poderia ser um dos bons motivos.
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Downfall of Blood
RomansaNatalie sempre foi uma pessoa normal, como a maioria ao resto do mundo. O que sempre a diferenciou de todo o resto foi sua intensidade de sentimentos. Quando seu pai é dado como morto, ela não consegue lidar com isso, então procura por vingança. A...