2. Vivo, porém morte

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Vivo, porém morto
Embora sonhe sim com a carreira,
Com sentar naquela cadeira,
Esticar-me no seu privilégio
Sem ruga de preocupação
E nem tanta atenção

Vivo, apesar de mudo
E, cansado, sigo sisudo,
Desacostumado do som de fora,
Da juntura que se deteriora
No ócio brabo da impotência

Vivo, mas meu destino
Que foi que fiz da caneta dele?

Vivo, porém morte,
Porém inércia de pouca sorte,
E tanto quero que pouco posso
A poucos passos de conquistar
O que mereço ou o que suporto

E vivo, mas já nem sei
Por quanto tempo,
Porque parei.
E se respiro, me cobro a estrada,
E se me apresso, não sei mais nada.
Que um dia eu quero chegar no fim
E ter o mistério na minha cara –
Por que eu existo?
Por que é assim?
Qual é o propósito de mim?
E rirei à beça das minhas pernas
Que, então cansadas, desabarão
Na cova aberta das minhas mãos
Sem que eu, a tempo, me realize

Que um dia eu quero chegar no fimE ter o mistério na minha cara –Por que eu existo?Por que é assim?Qual é o propósito de mim?E rirei à beça das minhas pernasQue, então cansadas, desabarãoNa cova aberta das minhas mãosSem que eu, a tempo, me realize

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