A força, um vigor da necessidade,
Nunca esteve de mim tão amigaA pandemia me atingiu
Logo bem quando nasci
Levou de mim quem quis levar
E nem olhou o meu soluçar
Lá no canto da indiferençaFui, sim, jovem e promissor
Fui bichona e fui bom aluno
Pisei pedra e paradigma
E opiniões demais considerei.
Houve um tanto de caminhos
Dos quais sempre me esgueirei.
E cá diante do passado
Eu flagro as rugas em uníssono
— Você fez sempre tudo errado?A esperança que então resta
Não é mais exclusiva de ser minha:
É um berro coletivo
Das funduras lá das juntas,
Um anseio de utopia
Que alimenta a força bruta
Da razão que engatinha
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Flores de Cemitério
PoetryQuando o meu fim chegar Eu não quero tanto rodeio: Só fim, fade out e sobe o letreiro Quem fica lê, chora e aprende Só que a lágrima uma hora seca A lembrança é que se estende *Arte da capa: "The Triumph of Galetea", de Rafaello Sanzio.