Nesses quedos tempos
Dei de ler muita desgraça —
Os realistas,
Os modernos, os de 30.
Contemporâneos, evitei.E foi assim que cinzelei
A minha pedra de perceção:
É desgraça e de desgraça
Cada riso que eles dão.
Essa catraca da vida
Azeitada do suor
E do ódio que aqui vão
Vingativo, rancoroso
Nada mais que um coração
Entenebrecido e roto
Que não se pode mais irisarÉ a morte o que me ensinam.
Morte que pinga a conta-gotas,
Mas com pressas de tufão.
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Flores de Cemitério
PoesiaQuando o meu fim chegar Eu não quero tanto rodeio: Só fim, fade out e sobe o letreiro Quem fica lê, chora e aprende Só que a lágrima uma hora seca A lembrança é que se estende *Arte da capa: "The Triumph of Galetea", de Rafaello Sanzio.