Se não pensar com a cabeça dos arranha-céus,
De que me serviram aqueles anos nas letras
Dos servos das crônicas, das mães da análise,
Pra além da expressão dum âmago cansado?Ah! Antes eu fosse aí um xucro feliz
De nariz para o chão e de pés aquecidosA sina me seria a mesmíssima dos bichos
Com sol e com chuva e com lua vividosE, vilão como o Eça, também escreveria
Que não vale a cidade a fuga das serrasMas nem estandarte de aviso
Nem punho eu moveria
Pro tempo, pro mundo, pro homem — o defunto
Que atualiza num byte a minha tristeza
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Flores de Cemitério
PoesíaQuando o meu fim chegar Eu não quero tanto rodeio: Só fim, fade out e sobe o letreiro Quem fica lê, chora e aprende Só que a lágrima uma hora seca A lembrança é que se estende *Arte da capa: "The Triumph of Galetea", de Rafaello Sanzio.