Capítulo 4 - The Restaurant -

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— Falta muito? – Pergunto levemente irritado para Debrah que estava se arrumando faz vinte e seis anos no quarto dela. Francamente, não sei como alguém pode demorar tanto para decidir uma roupa e pior, para passar uma maquiagem que não valoriza nada, é como se ela quisesse chamar a atenção de todos, mas de uma forma que não pareça uma pessoa que vai em um restaurante.

— Não muito, gatinho. – Responde ela exatamente igual as trezentas vezes em que eu perguntei para ela anteriormente.

— Se você não se apressar vou te deixar e ir sozinho. – Retruco, e ela suspira irritada.

— Pronto. – Diz depois de mais uns cinco minutos. Ela estava usando um vestido curto rosa pink com lantejoulas, seu salto alto era da mesma cor assim como sua maquiagem totalmente brilhosa em tons de rosa, se fosse para definir esse "estilo", diria que ela era uma Barbie baladeira, e isso não foi um elogio.

— Até que enfim... – Sussurro para mim mesmo.

Levanto da cama dela enquanto dou uma breve arrumada na minha camisa branca de manga comprida e gola V. Saindo do quarto dela, vou em direção a sala para consecutivamente sair da casa, aproveito para pegar minha jaqueta de couro preto – da mesma cor da minha calça – que estava encima do sofá.

— Eu não acredito que você veio de moto. – Reclama, e eu reviro os olhos.

— Queria o quê? Que eu viesse de vassoura? – Retruco irritado.

— Vai estragar todo o meu penteado... – Começa, e eu a interrompo.

— Ou você vai na minha moto, ou você não irá. Decida-se. – Digo extremamente irritado já subindo na minha moto, pronto para sair dali.

— Está bem, mas se eu ficar feia e descabelada a culpa será sua.

Sinceramente, a Debrah está tirando o dia para me irritar. Foi só eu falar que ia ter o jantar com os meus amigos e ela simplesmente começou a achar defeito em tudo e desculpa para tudo. Me lembro exatamente de quando contei sobre o convite da Rosalya, Debrah havia feito uma expressão que se fosse para explicar diria que era uma mistura de nojo com aquele nariz empinado, era como se ela tivesse ganhado um bolo mofado de presente e ao mesmo tempo que queria "esconder" o que pensava, ainda assim, sua expressão revelava que estava enojada.

— Foda-se. Estou mais preocupado em ir para lá. – Resmungo.

— Nossa, como você é malvado. – Diz fazendo beicinho e subindo na garupa.

Francamente, aposto que se eu tratasse ela super mal, mesmo assim ela não iria retrucar. Como pode ser tão submissa a qualquer comentário, a qualquer coisa. Isso não é normal, mano. Existe um certo ponto de tolerância para todo mundo, mas ela parece nem se importar com o que falam, na verdade, Debrah parece não se importar com nada além de se arrumar, comprar coisas e foder. Até faz sentindo julgando o baixo intelecto que ela possui e o quão superficial ela é.

O caminho até o restaurante foi rápido por conta de que eu sei dirigir muito bem minha moto, a única coisa que me deixava irritado era que a Debrah se agarrava como se eu fosse um louco desgovernado. Contudo, deixo meus pensamentos vagarem para outras coisas.

Assim que adentramos ao Chalet Guisse, fomos até a mesa onde já se encontravam todos. Julgando o fato de terem duas garrafas de vinho tinto suave sob a mesa, com certeza fazia um tempo que todos estavam ali, esperando...

— Desculpem a demora. A Debrah não estava pronta ainda. – Respondo ainda irritado. Me sento do lado da Annie e de frente para o Lysandre, Debrah é claro, senta do meu lado. Percebo que todos usavam roupas apropriadas para o local, exceto é claro, a minha "companheira". Não sou muito de ligar para as roupas, mas quando uma pessoa veste algo de balada em um restaurante caro é impossível não se irritar.

Cold Coffee - CastielOnde histórias criam vida. Descubra agora