Ainda não acredito que deixei Debrah me convencer de vir nessa balada com os amigos dela. Enquanto estou no bar, ela está lá com as amigas dela e alguns amigos. Nunca entendi as amizades dela, parece que ninguém liga para ninguém, é como se todos esperassem a chance de poder "furar o olho" do outro.
No início até tentei conhecer eles, afinal estou namorando com ela, mas depois de um tempo desisti, não valia a pena. Debrah parecia animada, pulando e dançando com suas amigas, mas o que me deixava levemente irritado era o fato dela estar dançando "até o chão" usando um vestido minúsculo, o que resultava nela mostrando a calcinha para todos.
Ela pode dançar do jeito que quiser, mas pelo menos usasse algo que não mostrasse tudo para todos. Com um suspiro, me viro para o bar e peço mais um copo de uísque, quando recebo o viro bebendo em uma vez só. A música era mais ou menos, por mais que prefiro músicas de rock, as músicas pop/eletrônica dessa balada não são de todo ruim.
— Gatinho! – Chama a voz afinada de Debrah o que me faz virar novamente para a pista de dança. – Vem dançar comigo.
Sem ter chance de negar, Debrah me arrasta pela mão até o meio da pista de dança. Ela começa a se esfregar e rebolar na minha frente, virada de costas para mim. Tento desanimadamente "seguir" os passos dela, mas admito que não estava com a mínima vontade.
— Vamos, gatinho. Você não está nem tentando. – Diz ela se virando para mim enlaçando seus braços em meu pescoço.
— Não sou de dançar. – Digo, e ela parece não se importar com meu comentário.
— Relaxa. – Sussurra ela no meu ouvido esquerdo dando um beijo de leve, depois se direciona para meus lábios, iniciando um beijo que eu retribuo mesmo sem sentir absolutamente nada.
Mesmo quando seguro sua cintura tentando aprofundar o beijo, não sinto nada, nenhum sentimento, nenhum desejo, era como beijar uma porta, mas a diferença é que a porta não retribuiria de volta.
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— Obrigada por ter ido comigo e com meus amigos na balada, gatinho. – Diz Debrah deitada nua enrolada em um lençol na minha cama.
— Você foi comigo no jantar com os meus amigos, só retribui o favor. – Digo dando de ombros enquanto afino minha guitarra.
Mesmo que Debrah tenha agido como uma esnobe com meus amigos, ela ainda foi, então não tenho porque não tentar um esforço para ir de vez em quando nesses "encontros".
— Lembra quando erámos uma banda? Combinávamos tanto. – Comenta ela "inocentemente", mas a primeira coisa que me vem a mente, foi que ela me traiu para conseguir uma carreira solo – que foi um fracasso – e não ligou para os demais da banda.
— Lembro. – Respondo secamente tacando o foda-se para o que ela estava falando.
— Você devia compor uma música para mim algum dia desses. – O comentário dela me deixa incomodado, mas decido apenas ignorar.
Terminando de afinar, começo a tocar uma nova melodia. Fazia parte de uma música nova que eu estava ainda compondo. Me perco no que faço, sem se importar com Debrah que estava ali na cama, mexendo no seu celular.
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Já era de manhã, Debrah havia ido para casa assim que acordamos, algo como "ocorreu um probleminha que eu tenho que resolver". Como sempre não perguntei do que se tratava, até porque realmente não dou a mínima.
Depois de ter tomado meu banho, vou até a cozinha apenas de cueca para comer qualquer coisa como café da manhã. Ando até meu quarto em direção ao closet e escolho uma das minhas roupas habituais, uma camisa vermelha com uma jaqueta de couro preto, uma calça preta e um coturno também preto. Arrumo minha gargantilha dupla no meu pescoço e pego o que falta, minha carteira, a chave de casa e a chave da moto.
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Cold Coffee - Castiel
Roman d'amourAmor Doce - Castiel Um rebelde com o coração quebrado. Uma escritora desacreditada no amor fora dos livros. "Ela É Como Café Frio De Manhã Estou bêbado de Whiskey e Coca Da Noite Passada" Rude, sarcástico, irritado, pavio curto. Solitária, irritada...