Cold Coffee - Castiel

Capítulo 2 - You And She?! -

— Eu não acredito, Castiel!!! – Exclama Lysandre querendo me bater, nunca vi meu amigo tão puto da cara comigo.

Lysandre sempre foi o tipo de amigo parceiro, calmo, que se você precisasse ele esconderia um corpo por você, mas que você nunca deve pedir para te ajudar a encontrar algo que você perdeu, afinal, ele sempre esquece onde deixa as coisas dele.

— Me vê um café gelado com uísque e um cappuccino cremoso para o meu amigo. – Peço para a atendente da cafeteria que rapidamente começa a preparar o pedido. – O que foi? Ela mudou, está bem? – Me dirijo para o de cabelos branco prateados que ainda me encarava com indignação.

— Ah é? Como você tem certeza disso? – Indaga ainda não convencido.

— Éramos adolescentes, Lys. Acha mesmo que ela continua daquele jeito? Mesmo agora que ela tem vinte e três anos? – Pergunto revirando os olhos. Quando me refiro a "daquele jeito", é pelo fato dela ter ciscado para todos os garotos na adolescência, por ela ter me traído com não sei quantos caras.

— Não vou te dizer nada. Só espero que saiba o que está fazendo. Espero mesmo... – Suspira derrotado.

— Eu sei, camarada. Eu sei. – Digo dando um tapinha nas suas costas.

Pegamos nosso pedido e começamos a ir para a porta de entrada/saída da cafeteria Books & Coffees. Era uma das melhores cafeterias da cidade e era a que eu mais ia, por ser perto do meu trabalho.

— Me desculpa. – Diz uma garota loira com olhos azuis após ter esbarrado comigo.

— Só preste mais atenção onde anda. – Digo frio, e ela cora de raiva e vergonha.

— Se você não fosse tão enorme, eu não teria esbarrado! – Diz ela enfurecida passando com tudo por mim, batendo seu ombro com o meu propositalmente.

— Que garota atrevida e ridícula! – Exclamo para Lysandre assim que saímos da cafeteria. E ele, é claro, começa a rir.

Lembro que na nossa adolescência, Lysandre raramente ria, sempre se mantinha o mais sério e formal possível. Os anos fizeram bem ao humor dele, afinal, ele parece até mais feliz e realizado.

— Ela era bem bonita e te confrontou. Por que não tenta conversar com ela? Vai que rola algo a mais e... – Diz malicioso me oferecendo uma completa estranha, a qual, eu não havia reparado nenhum pouco. E não, ele não costumava fazer isso, só podia ser pelo fato da minha atual namorada.

— Não! Ela é insuportável, e eu estou com a Debrah. – Digo sério, o que faz com que ele continue a rir mais ainda.

— Sei, insuportável. Talvez tenha esbarrado com sua versão feminina. – Diz ainda rindo, e eu reviro os olhos.

— Eu não sou insuportável... – Resmungo irritado.

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Depois de ter me despedido do Lysandre, pois o mesmo tinha de ir para o seu trabalho no teatro, fui para o meu que era em meu próprio estúdio de música. O estúdio não era enorme, mas não deixava de ser um espaço amplo e harmonioso, haviam notas musicais em branco na pintura preta da fachada, o que sinalizava, junto com a placa no meio da porta dupla de entrada, que era um estúdio de música.

Se me falassem que eu, com meus vinte e cinco anos, teria um estúdio musical próprio quando era só um adolescente, com toda certeza não acreditaria. Entretanto, eu tenho, e é ótimo não ter um chefe, pois eu sou o meu próprio chefe!