Capítulo 14 - A Pleasant Surprise -

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Depois que Debrah voltou da casa da tia, ela não parou de "grudar" em mim, é sufocante o quanto ela quer ficar toda hora no meu apartamento ou toda hora trocando mensagens, achei que ela estava evoluindo, mas pelo visto, foi um breve "momento".

Já perdi as contas de quantas mensagens recebi dela, e sempre são por coisas banais, ou para me controlar para saber onde estou, ou porque ela comprou algo e queria me mostrar. Esse segundo tipo de mensagem é o mais frequente, ela me manda foto de cores de esmalte, de roupa, T-U-D-O, para que eu escolha. E eu, é claro, passei a ignorar essas mensagens não respondendo nada, pensando que talvez assim ela fosse parar, mas na realidade, as mensagens continuam.

Fora as visitas inesperadas a meu apartamento de noite, de tanto ela aparecer comecei a nem atender, e quando ela pedia se eu estava no apartamento eu arranjava qualquer desculpa, como dizer que estou na casa do Lys, apenas para ela não me encher o saco, até porque se ela está aqui, minha noite não seria produtiva compondo. E quando ela vem, é por algo como "gatinho, estou com vontade de dar, então resolvi aparecer". Não que ela fale assim, mas é justamente isso que eu entendo com essas visitas sem aviso prévio.

Meu celular começa a tocar novamente. Pego ele e não me surpreendo com quem estava me ligando. Deixo a ligação cair na caixa postal, não aguento mais ter que ouvir sua voz irritante, já chega os áudios que eu as vezes preciso ouvir pra fazer o papel de "bom namorado".

Com um suspiro, deixo o celular em cima da mesinha de centro da sala e ando até a área externa. Dragon estava deitado na minha cama, provavelmente dormindo, então estava sozinho aqui fora com as inúmeras estrelas no céu.

Me escoro em uma das cercas que arrodeavam a área externa, olho para a lua que brilha intensamente, um vento suave bate em mim, poderia ter sentido frio se não tivesse ainda com minha roupa que fui trabalhar, camisa, calça, coturno e jaqueta de couro, tudo na cor preta.

Minha vontade era de sair com meus amigos, mas a julgar pela hora, todos devem ter seus planos, e eu me encontro aqui, no topo do prédio, entediado e irritado. Se tem algo que eu odeio é me sentir preso a alguém, como se eu devesse dar todo o meu tempo para essa pessoa, só porque alguém é seu namorado/namorada não significa que todo seu tempo livre pertence a ela, você precisa de momentos sozinhos as vezes, até porque ficar dependendo da pessoa toda vez, só irá fazer mal a você mesmo.

Meus olhos percorrem pela "paisagem" a minha frente até para baixo, na rua, entretanto, o que chama a minha atenção é a luz ligada no apartamento da Moon. Como eu sabia que aquele era o apartamento dela? Rosalya, ela havia me pedido para entregar uma caixa, que eu não tenho ideia do que tinha dentro, para Moon no apartamento dela, então Rosa havia me passado o número e meio que o local onde fica "grudou" na minha cabeça.

Antes que eu me desse por si, já havia pegado minha carteira, trancado o apartamento e chamado o elevador para ir ao andar de baixo. Se eu pensasse muito, teria desistido, então apenas paro em frente a sua porta e bato nela. Alguns segundos se passam e quando penso que Moon não iria me atender, escuto o barulho típico de destrancar para logo a porta ser aberta me revelando uma garota loira usando apenas uma toalha preta envolta do seu corpo.

Por um momento, perco a respiração, admirando aquela mulher a minha frente, seu cabelo estava em um coque meio solto, e a toalha em seu corpo, ao mesmo tempo que "escondia" tudo, ainda assim, contornava levemente seu corpo.

— Oi, ruivinho. – Sussurra ela com uma voz suave, mesmo que não havia malicia em sua voz, o modo como ela me recebe me atinge totalmente por estar despreparado.

— Oi... – Digo depois de pigarrear.

— O que te trazes a minha porta? – Pergunta Moon brincando e arqueando uma das suas sobrancelhas.

Cold Coffee - CastielOnde histórias criam vida. Descubra agora