Assim que a equipe voltou e Gael se apresentou no escritório dando mais algumas informações, pedi licença e me retirei da sala. Precisava saber como os bebês estavam, mesmo com o chefe dos enfermeiros garantindo que estavam bem, com alguns arranhões mas bem.
Cruzei alguns corredores antes de ouvir passos apressados atrás e Zoe aparecer ao meu lado um pouco corada.
- Vou com você. Natasha está na enfermaria, se ofereceu pra ajudar. – falou empolgada. Zoe Bolton estava feliz com uma amiga... Talvez a primeira amiga de verdade em algum tempo. Não lembro a última vez ou a última oportunidade que ela teve de conversar com pessoas fora do Anexo, ou fora da área militar.
Sorri, feliz com a felicidade da minha irmã. Seguimos o restante dos corredores e descemos as escadas tranquilamente. Ao menos eu estava tentando me concentrar nas crianças que encontraria e não nas crianças mutiladas naqueles freezers.
Você nunca fará justiça com suas próprias mãos, seu dever é apresentá-los e expor seus erros. Deixe que os superiores cuidem das punições. Senhor Otto e suas filosofias.
Quando chegamos à enfermaria, me apresentei ao vigia da vez pedindo informações sobre onde os bebês estavam. Um quarto próximo, juntos ao menos.
- Ah! – exclamei, voltando-me para o guarda. – Onde está a menina?
- Estão juntos. Ela não quis sair de perto deles.
Afirmei com a cabeça. Isis devia estar há algum tempo com aqueles bebês, isso explicaria qualquer proteção que quisesse exercer ainda sobre eles.
Ao abrir a porta, Zoe olhou-me rapidamente com o cenho franzido e um sorriso duvidoso nos lábios. Na curiosidade, avancei, levando Zoe comigo ao passar de vez pelo portal.
Parei quando vi o garoto loiro sentado em uma cadeira na parede oposta brincando com Isis. Brincando. A menina não trocou mais que uma frase comigo e lá estava ela, gargalhando para Peter enquanto tentava acertar as mãos estendidas dele, que desviava com facilidade das mãozinhas pequenas e pálidas.
- O que está fazendo aqui? – os dois me encararam, passando o olhar por Zoe e depois voltando-se para mim.
- Já percebeu que isso é o que você mais me pergunta? Nada de um "Boa noite, Peter. Como está indo?" ou "Oi, gato. Está afim de dar uma volta?" – rolei os olhos.
- Não podemos dar uma volta, gato. Mas você pode me responder o que, exatamente está fazendo aqui.
- Natasha falou sobre os bebês. Quis ver como estavam e acabei fazendo uma amiga. – Presenciei Peter Evans virar para Isis e soltar-lhe uma piscadela. A menina sorriu timidamente em resposta e abaixou a cabeça. Virei um pouco a cabeça... Então quer dizer que ela confiava facilmente em um menino bonito.
Zoe sorriu para a pequena e voltou-se para Peter, perguntando o paradeiro de Natasha. Quando conseguiu a informação, saiu rapidamente do quarto.
Segui na direção dos bebês que estavam nos berços próximos. Todos praticamente com a mesma quantidade de vida. Antes de sairmos do escritório, Zoe já tinha encontrado a família de três deles. Parei no espaço entre dois berços e estiquei a mão para brincar com o menino da direita. Um pequeno de cabelinho enrolado e olhos grandes me encarou... e sorriu.. Aquele sorriso sem dentes mas com muita inocência. Eu faria de tudo, mataria e caçaria todos se preciso, todos que fizessem algum mal para uma daquelas pequenas bolas de fofura.
O garoto estendeu os bracinhos e me permiti a regalia de pegá-lo no colo. Seus dedos se enrolaram em meu cabelo preto e ele levou as mãos à boca. Uma gargalhada escapou conforme retirei o cabelo de suas mãos, com cuidado para não cortá-lo. Ele estava desperto, bem e saudável. Uma sensação quente e acolhedora se instalou em meu peito, levando-me a contempla-lo por mais alguns segundos.
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Sou eu ou eles
ActionUma garota em uma missão com sua equipe completa e treinada só quer guerra com quem está lhe dando tanta dor de cabeça! Gabriela Bolton está totalmente focada em descobrir os motivos por trás de tantos sequestros de bebês em sua cidade. A cada resg...