Recomeço

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Abrimos a porta, dando fim a grande escuridão e a nossa vista embaçada. Depois de nos estabilizarmos com a iluminação, olhamos ao redor, estávamos na lateral do local, havia muitas árvores e mato. Começamos a andar, sem saber para onde estávamos indo, só sabíamos que estávamos livres. Andamos pelas ruas, tranquilos, sem medo de sermos pegos. Incrível como o sol já raiva, o que pareceu ter se passado apenas duas horas, foi na verdade a noite toda.

-Para onde vamos agora? – Ela perguntou.

-Tenho dinheiro para um hotel.

Depois de caminhar pela cidade, que era mais do que tranquila, finalmente achamos um hotel.

-Dois quartos, por favor.

-75 Reais, o pagamento é adiantado. – A mulher era de idade já avançada, ranzinza e nada amigável.

Paguei a ela e logo me entregou as chaves. Entramos no quarto e descansamos. No horário do almoço fomos para um restaurante que ficava ali próximo. Quando entramos, eu tive a sensação de ter visto Joseph, mas era coisas da minha cabeça, medo de ser pego e levado de volta para aquele lugar. Depois de comermos voltamos para o hotel, e aguardamos a noite chegar para irmos dormir.

A porta bateu quando já estava no por do sol. – Quem é? – Perguntei, mas sem retorno. Então abri a porta. Joseph estava lá, levantou a mão e mirou uma pistola em minha direção.

-Você arruinou a minha vida! Agora, você vai pagar com a sua.

Eu me abaixei quando ele deu um disparo, quase que me acertando. Segurei a sua mão e levei a arma em direção do teto e ele disparou novamente, chovendo pedaços de gesso para todo o lado. Dei um chute em sua perna, mas só fez com que eu ganhasse tempo para tentar tirar a arma de sua mão e arremessei para fora. Corri para o fundo do quarto e ele me seguiu, sem a arma. Eu tropecei e caí no chão, estendeu suas mãos e começou a me sufocar. Senti a vida saindo do meu corpo, sem ar e sem fôlego. Quando ouvi disparos e Joseph caiu duro em cima de mim. Me recuperei e joguei o corpo para a direita. Avistei Bia com a arma em suas mãos, expressando prazer enquanto olhava o cadáver. Ela largou a arma no chão, deu meia volta e saiu do quarto.

-Acho melhor encontrarmos outro lugar para ficar. – Falou.

Manicômio  (versão original)Onde histórias criam vida. Descubra agora