Epifania (Cancelada)

1. Dezoito anos depois.

Pequenos raios de sol entravam no quarto onde um pequeno jovem dormia. Na porta, três batidas soam antes dela ser aberta e uma governanta entra e caminha até às grandes cortinas, abrindo-as e permitido os raios de sol iluminar o quarto.

- Acorde jovem mestre, o café já está pronto - diz ela, caminhando até a cama.

Lentamente, Levi vai acordando e se sentando na cama para se espreguiçar.

- Bom dia, jovem mestre.

- Bom dia, Rico. Que horas são?

- Já são sete horas. O café da manhã está pronto, seus pais e seus irmãos o esperam.

A porta é aberta novamente e quatro servas entram carregando baldes de água fervente, elas vão até o banheiro que ficava no quarto e despejam as águas na banheira, colocando sais também.

- Seu banho já está pronto, jovem mestre.

Levi se levanta, e caminhando até o banheiro, retira seu pijama e a dentra na banheira. As servas logo pegaram as esponjas e começaram a lavar seu corpo.

- Imagino que esteja animado para hoje, jovem mestre - fala uma das servas, enquanto esfrega seu braço.

- E por que eu estaria?

- Ora, hoje é seu aniversário de dezoito anos, uma grande festa está sendo preparada para celebrar. Além do mais, a família real do Clã dos demônios irão vir para velo, e entre eles estará seu futuro marido. Não é incrível?

- Eu ouvi falar que o príncipe herdeiro é simplesmente maravilhoso e lindo.

- Ah, eu também. E é por isso que o mestre tem que ficar radiante hoje, para mostrar a todos que ele é o mais belo.

Levi apenas escutava, já era acostumado com suas servas fofocando e conversando animadamente enquanto cuidam dele. Tanto que já não se importa mais e fica apenas olhando, prestando atenção no que elas falam.

- Como vocês acham que o príncipe herdeiro irá cuidar do mestre? - uma pergunta.

- Eu espero que com muita delicadeza - diz a mais velha. - Escute, jovem mestre, se quiser que ele tema e pensa apenas em você, é seu dever ficar tão lindo e tão atraente que o fará temer. Deixe o com medo de ter perder e ele te valorizar mais que qualquer um.

- Oh, mas é claro que não. Isso não será um relacionamento saudável, ele poderá prender o jovens mestre no castelo com medo de o perder.

O pensamento de ficar preso no castelo, sem a possibilidade de ir apenas no jardim invade o pensamento de Levi. Ele balança a cabeça para esquecer esse pensamento.

"ele nunca faria algo assim, certo? Isso é desumano até para um Demônio."

A conversa foi indo até o banho terminar. Após se vestir, Levi caminha até a sala de jantar, onde seus pais estavam conversando. O café da amanhã já estava sendo retirando, apenas uma bandeja ainda continua sem ser mexida.

Levi se senta em seu lugar, na frente da bandeja, e a abre, revelando seu delicioso café da manhã.

- Bom dia meu filho - fala sua mãe, ao perceber sua presença. - Feliz aniversário querido.

- Obrigado, mãe.

- Feliz aniversário filho.

- Obrigado pai.

- Certifique-se de comer bastante, mas não muito para não engordar. Esteja devidamente arrumado, eu ordenei e acompanhei a criação de sua roupa e ela está maravilhosa - fala Kuchel toda animada, lembrando da roupa que ordenou aos melhores artesãos de suas terras a preparar. - A festa será no jardim, e a família Yeager estará vindo, quero que você vá recebê-los com nós.

- Está bem mãe.

- Ótimo, coma rápido.

Levi não diz nada em nenhum momento. Desde que era pequeno, sempre ouviu que estava destinado a se casar com o príncipe herdeiro do Clã dos demônios. E sua mãe o criou para nunca responder ninguém. A união entre as duas raças ia muito longe da paz entre elas. Não seria justo seu povo pagar pelas suas escolhas erradas.

×Xx×

A flecha acerta o meio do alvo como foi previsto. Seu atirador não está surpreso por ter acertado. Simplesmente porque ele nunca errou um alvo.

- Muito bem, Eren - uma jovem garota elogia.

- Isso não é nada, já aceitei alvos muito mais distantes e em movimento do que este - fala Eren Yeager, o príncipe herdeiro do trono dos demônios. - Já chega de treinar, preciso me arrumar.

- Irá para algum lugar hoje?

- Sim, irei para a festa de aniversário do meu futuro companheiro - Mikasa, jovem que o acompanha para onde ele vai, já sabia a muito tempo desse casamento arranjado, mas simplesmente não queria aceitar. Ela queria que Eren se casasse com ela e nada mais.

- E irá toda sua família?

- Sim e ele voltará conosco. Como o casamento vai ser uma semana depois de seu aniversário, como diz a tradição, ele já irá viver aqui, para se acostumar.

- Oh, entendo - fala sem prestar atenção, Mikasa está mais interessada com Eren soltando seu cabelo do que qualquer outra coisa.

Eren entra no castelo sem a presença de Mikasa, mesmo ela sendo sua amiga desde que era pequeno, as vezes sua presença se tornava um estorvo.

Casamento. Uma palavra que Eren nunca imaginou ter tanta importância. Ele sabia que só se tornaria rei ao se casar, mas não imaginava o quão pesado essa palavra e ação seria. Nos livros que sua mãe lia quando criança, contava que as pessoas se casavam com aqueles que amavam, como seus pais.

Eren pensou que isso acontceria com ele também, se casaria com alguém que amasse verdadeiramente. Talvez com Mikasa, mesmo não sentindo verdadeiramente amor por ela, gostava de sua presença e em como se divertiam juntos.

Mas agora teria que se casar com alguém que nem sequer já viu. Não sabe nada sobre sua aparência, se ele é bom em combate ou se poderá produzir herdeiros. E isso o incomodava. Realmente não estava nem um pouco contente com esse casamento. Mas como um futuro rei, a segurança e a saudade de seu povo vinha em primeiro lugar, e se para manter ela, deve abrir mão de sua felicidade, então assim será.

Continua...