67. Promessa

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Os primeiros pingos de chuva começam a cair em Paradis. Ao verem o início da chuva, os elfos correram para dentro de suas casas, guardaram os gados em seus celeiros e puxaram as crianças para dentro de casa. Chuva significa que algo vai acontecer, muitos acreditam que sejam coisas ruins e outros coisas boas. 
Em particular Yelena nunca acreditou em nenhum, para ela chuva é só água caindo do céu, nada mais. Na verdade ela nunca gostou de chuva. 

Yelena não teve uma infância muito feliz, os elfos são muito religiosos e presos a antigas tradições e entre elas é que os herdeiros ao trono só podiam ser homens. Quando ela nasceu, muitos pediram para o rei ter outro filho, outros até mesmo pediram para que matassem Yelena quando ela ainda era bebê. Mas o rei negou tudo, disse que sua esposa não aguentaria ter outro filho. 

Como poucos sabiam que a criança herdeira era uma menina, Roger Golner, o antigo rei dos elfos e pai de Yelena, vestiu a filha com roupas de homens e lhe deu uma infância masculinizada. Quando Yelena tenha seis anos, o mundo acabou sabendo da verdade e o rei não teve outra escolha se não tentar ter outro filho. E como imaginavam, sua esposa não aguentou.

O rei ficou muito amargurado, desde que haviam encontrado a pequena criança machucada, com a mente e o corpo destruído, Roger a amou, claro que na época ele era uma criança e não se importou nenhum pouco dela ser uma demônio. 

Exatamente, a mulher com quem Roger Golner se casou e com que teve uma filha, era nada mais e nada menos que uma ex membra do clã dos demônios, uma ex princesa exilada. Feye Yeager. Por anos ele escondeu a identidade da esposa, nem os livros históricos tinham registros dela.

Feye era uma mulher complicada, amargurada com todas as dores que passou durante toda a sua infância, ela detestava seu sangue e amaldiçoava a todos que tinham este sangue maldito. Até mesmo amaldiçoava sua própria filha. Feye queria vingança contra os demônios, mataria todos incluindo seu irmão e sobrinho. Ela odiava a própria mãe, pedia para os deuses que a alma de Luna não tivesse passado pelos portões do paraíso, que ela sofra mil e uma torturas eternamente. Todos os dias de seu aniversário, Feye levava Yelena até o trono, a colocava em seu colo e a contava sobre todos as dores que ela sentia vivendo no clã dos demônios, e fazia Yelena prometer se vingar, Feye queria ver a destruição dos demônios com os próprios olhos.

Mas parece que o destino não foi justo. Na hora do parto, ela e o bebê morreram. Roger se tornou uma pessoa fria, distante de Yelena, a mesma teve que se esforçar muito para conquistar os elfos e se mostrar digna de ser uma rainha. Quando seu pai morreu de tanto beber vinho, não tiveram outra escolha se não a coroarem. 

Agora Yelena teria a sua promessa cumprida. Destruiria o clã dos demônios em nome de sua mãe e poderia finalmente descansar em paz sem precisar ouvir as vozes de sua mãe a xingando, a diminuindo. Sim, ela foi picada pela cobra branca, a mesma que picou Mikasa. "Nunca tive muita expectativa de vida mesmo." Ela sempre pensa. 

Balançando a sua cabeça para esquecer de seu passado, Yelena continua avançando em seu cavalo. 

- Continuem, a chuva não vai nos atrapalhar - ela grita para os crentes na superstição. 

Nos céus voava uma águia sobre o exército dos elfos, ela olha para tudo aquilo antes de bater as asas para o mais longe possível. 

×xXx×

Bella corria em alta velocidade, mesmo estando chovendo os dois não pararam. O frio, a água, o vento forte não significa nada quando seus homens podem estar morrendo. Olhando em volta, Levi pode reconhecer aonde estavam, mas não diminuiu a velocidade da égua. De alguma maneira acredita que Sifini está vazia e continou. 

Foi quando chegaram mais próximo que viu as bandeiras de seu clã e diminuiu a velocidade. Os soldados ali ao verem correm para ajudar e congelam ao verem quem está atrás de Levi.

- Ma.... majestade - um deles disse e se pões de joelhos. - Meus reis.

Os outros seguiram o mesmo jesto, ainda confusos e surpresos com o que viam.

- Levantem homens - disse Eren com a voz firme. - Temos uma última batalha, juntem-se! Vamos para Caltow e iremos avançar diretamente em direção a capital. 

- Sim, majestade - eles disseram em uníssono, se levantavam e correram para seus cavalos gritando para o que estavam dentro da cidade para que fossem embora. Aquele era o reforço de Levi. 

- Temos que ir na frente - comentou Levi. - Um exército sem um líder, é um exército morto. Eles nos alcançaram depois. 

- Muito bem, vamos.

Levi bate mais uma vez os pés contra Bella, a água rapidamente parte em direção aonde é guiada. 

Continua...

Epifania (Cancelada)Onde histórias criam vida. Descubra agora