58. Agora mesmo

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A movimentação no quarto acabou acordando Eren, ele abre os olhos lentamentes e vê uma pequena silhueta parada ao seu lado. Quando abriu mais os olhos viu que era um garoto com cabelos loiros e olhos azuis, e ele segurava uma faca apontada para Eren.

Eren não se intimidou, se ajeitou na cama se sentando. Depois de dois dias, suas pernas já estavam melhores e já conseguia movimenta-las melhor.

- Quem é você? O que está fazendo com essa faca? Sabia que isso não é brinquedo para criança? - se sentou na cama.

- Eu não sou criança! - ele gritou irritado. - Eu sou um homem, e eu vou vingar a morte de meu pai!

- Um homem? - analisou o garoto de cima a baixo, não deve ter mais que cinco anos. Eren acabou rindo. - Você tem que comer mais carne antes de se chamar de homem.

- Eu sou um homem! - repitiu irritado. O garoto fechou os olhos com força e apertou a faca em suas mãos. - Eu irei te matar e provar para mamãe que sou um homem!

O garoto avança para cima de Eren com a faca sobre sua cabeça. Eren somente deu um soco na boca do estômago do garoto e tomou a faca quando ele se curvou para respirar.

- Como disse, ainda tem que comer muita carne.

O garoto se ajoelhou no chão com as mãos na barriga e começou a chorar.

- Qual é o seu nome? - repitiu Eren.

- En...zo.. - falou com dificuldade.

- Enzo? Que porra de nome é esse? Isso é nome de homem? - "Enzo? Que garoto se chama Enzo?" - Tinha que ser um nome vindo dos elfos.

- Sim.... Meu pai deu a mim....

- Entendi.... Onde está sua mãe?

- Ela saiu, foi buscar comida. Disse para eu não entrar aqui..... Eu só.... Queria vingar meu pai.

Eren não falou nada, olhou para o garoto atentamente, Enzo é só uma criança que está frustado pela morte do pai. Ele não tem culpa de nada.

Eren colocou seus pés para fora da cama e se levantou apoiado na parede, tentando seus primeiros passos.

- O que?... O que você está fazendo? - Enzo limpa seus olhos e se levanta. - Você não pode se levantar ainda.

- Eu já fiquei deitado por tempo demais, tenho um reino para cuidar. Uma família que me espera - deu dois passos. Mesmo suas pernas ainda não estarem cem porcento, Eren conseguia dar alguns passos normalmente antes de se apoiar novamente na parede. - Eu preciso sair daqui.

- Minha mãe não vai gostar disso.... Eu nem devia estar aqui!

- Agora já foi, e sua mãe não decide nada. Sou um demônio e um rei, eu tomo minhas próprias decisões. Vou sair hoje mesmo.

Dos dois ouviram a porta da frente abrir e logos passos pesados indo em direção ao quarto aonde estavam. Pieck abriu a porta com força, e viu Eren em pé e seu filho com o rosto choroso.

- O que está acontecendo aqui? Enzo eu disse para não entrar!

- Desculpa mamãe! Foi sem querer!

- E o que você está fazendo em pé? Devia estar na cama! - ela caminhou até Eren, segurando seus braços para levá-lo de volta a cama, mas Eren se segurou.

- Eu não vou voltar para a cama. Eu preciso sair e voltar para meu reino - se soltou do toque dela.

- Você não pode ir ainda. Tem que descansar.

- Eu já descansei bastante.... Fiquei quase uma semana nesta cama - gritou. - Eu vou agora mesmo.

Pieck abre a boca para falar algo, mas nada sai, ela poderia arrastar Eren e fazê-lo ficar na cama, como também pode deixa-lo ir e ser morto por algum animal ou por um elfo. Mas assim todos seus esforços e gastos teriam sido em vão.

- Enzo..... Pegue a bolsa e a minha vara - disse encarando Eren.

Enzo obedeceu rapidamente, ele saiu do quarto correndo. Eren encarou confuso para Pieck, por que ela pediu uma bolsa e uma vara? Ela o bateria até ele voltar a cama? Se fosse o caso, poderia facilmente mobiliza-la. Quando Enzo retornou, entregou a bolsa e a vara para a mãe, que pegou. Ela passa a alça pela sua cabeça e prende em seu corpo e a vara estica para Eren.

- Use para se locomover. Vou te levar até a ponte, ela leva até Sifini.

- Você.... Você vai fazer isso por mim? - perguntou Eren surpreso e confuso. Não imaginava que receberia ajuda de Pieck, mesmo que ela o tenha trazido de volta a vida, ela não tem cara que o ajudaria a voltar ao seu exército. - Por quê?

- Se eu te deixar ir por conta própria, poderia se perder e acabar morrendo. Só é possível trazer a vida apenas uma vez, se você morrer todos meus esforços e de Ymir teriam sido em vão.

- Obrigado - agradeceu.

Pegou a vara e a usa para se manter apoiado e em pé. A vara lembra de um pastor de ovelhas, com uma curva no final.

- Enzo - começou Pieck, se virando para o filho. - Vou sair por algumas horas. Tranque a porta e fique em silêncio, se ouvir alguma coisa, se esconde embaixo da tábua em seu quarto. Você entendeu?

- Sim mamãe.

- Ótimo, vamos indo Eren. Temos que chegar antes do anoitecer.

- Vai na frente.

Continua...

Epifania (Cancelada)Onde histórias criam vida. Descubra agora