Capítulo trinta e cinco - Ponto final

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DAY POV

Acordo sentindo algo na minha costela, olha para baixo e vejo Carol com sua cabeça encostada nas minhas costelas e seus braços e pernas sobre mim enquanto eu estou na ponta da cama quase caindo. Continua espaçosa como sempre.

Retiro ela de cima de com cuidado e saio da cama, vou até o banheiro e me troco vestindo a roupa que eu usava quando vim para cá, prendo meu cabelo e volto para o quarto apenas para deixar um bilhete em cima do móvel dela.

–Tu ia sair sem me avisar? - Ouço sua voz sonolenta quando estou prestes a abrir a porta do quarto. –Parece que tá até fugindo de algo.

–Desculpa. - Volto até a cama e beijo sua testa. –Bom dia.

–Bom dia. - Ela senta se apoiando na cabeceira. –Ia mesmo sair sem nem me dar tchau? Você já foi menos cruel.

–Desculpa, não queria atrapalhar teu sono, mas fiz pelo menos um bilhete. - Aponto para o papel em cima do móvel.

–Pelo menos isso. Por que já precisar ir? Fica só mais um pouco, toma café pelo menos.

–Obrigada mas não, eu tenho que resolver minha vida, preciso esclarecer as coisa com a Clau, vou passar no estúdio pra falar com ela.

–Decidiu o que vai fazer? - Balanço a cabeça afirmando. –Então boa sorte.

–Obrigada.


Aceno com a mão e vou embora, vou o trajeto inteiro pensando se o que eu vou fazer é o correto, sinto medo mas sinto que é melhor para o momento.

Essa história de que não podemos viver se baseando em momentos é tudo mentira, vivemos de momentos, nesse instante eu posso estar feliz mas daqui a cinco minutos eu posso estar triste, foi um momento da minha vida que já passou mas que fez sentindo e foi importante por algum motivo. A minha decisão no momento é a certa a se fazer, talvez amanhã não seja mais mas é isso, temos que viver os momentos, nada dura para sempre, melhor dizendo, o pra sempre é o agora, não faz sentido, eu sei, mas ainda sim faz se você parar para refletir.
Sempre quando amamos alguém juramos amor eterno, e quando isso não acontece ficamos frustrados por não ter conseguido cumprir com a nossa promessa, mas a questão é que você não tem que amar alguém para sempre, você tem que amar a pessoa enquanto estiverem juntas, ela foi importante para você naquele momento mas depois virão outras e você vai viver novos momentos com elas.

E é isso, eu amei a Clau por um momento da minha vida mas na real nunca me esqueci da Carol, ela me marcou como ninguém nunca havia mercado, ficar próxima dela assim me fez enxergar que eu ainda cultivo sentimos por ela. Não sei se isso significa uma volta mas pelo menos não quero mais enganar a Cláudia.

Chego em casa e está vazia, tomo um banho e logo saio novamente, chego no estúdio de fotografia aonde Clau trabalha e bato no vidro, ela que até então ria de algo com seus amigos me olha e fecha a cara.

–O que você quer aqui? - Ela pergunta rude assim que a abre o a gigantesca porta de vidro.

–Eu vim em missão de paz, juro. - Levanto os braços em rendição.
–Podemos conversar?

–Tenho dez minutos, vamos pra um café que tem aqui na frente. - Afirmo e ela entra para pegar sua carteira.

Descemos quinze andares em silêncio, atravessamos e assim que chegamos no café ela pede o mesmo café de sempre, preto e puro.

–Queria conversar e estamos aqui, diz logo o que você quer.

–Eu vou ser direta por que quanto mais eu enrolar mais difícil vai ser. - Estralo meus dedos nervosa. –A gente tem passado por um momento bem difícil e conturbado no nosso relacionamento e eu sei que isso é normal na vida de todos os casais, mas tudo isso só me fez abrir os olhos para os meus sentimentos em relação a você. - Ela permanece me encarando olhando no fundo dos meus olhos como se tivesse a capacidade de enxergar a minha alma. –Cláudia, eu te amo e é por isso que eu acho... - Ela me interrompe.

Não Gosto De Mim - Dayrol/Caray Onde histórias criam vida. Descubra agora