Capítulo quarenta e um - Pedro?

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DAY POV

Acordo com o som das cortinas se abrindo, vou abrindo os meus olhos devagar e sentindo o sol tomar conta das minhas vistas, pisco algumas vezes e quando abro os olhos devagar Carol põe uma bandeja do lado da cama.

–Bom dia, amor. - Ela me dá um selinho.

–Bom dia, baby. - Digo ainda rouca.
–Preparou para mim?

–Sim, um café especial para uma mulher especial. - Ela me dá outro selinho e eu me sento na cama, ajudo ela a por a bandeja sobre as minhas pernas.

–Obrigada. - Bebo um pouco do café.
–Tem algo a dizer sobre a noite de ontem?

–Podemos repitir mais vezes?

–Com certeza. - Ela morde o lábio inferior. –Não me provoca logo cedo.

–Fiz nada. - Ela sorrir cínica.

Mordo um pedaço do meu sanduíche e dou para que ela possa morder também.

–Então, quando a gente chegar em casa eu queria conversar com você. - Ela bebe um pouco de suco.

–Pode dizer, estou ouvindo. - Continuo comendo.

–Não, eu prefiro que seja em casa mesmo.

–Mas por que? Qual a diferença de contar lá pra contar aqui?

–É que eu não quero atrapalhar nossa viagem com problema.

–Problema? Então é coisa séria? - Ela tenta falar algo mas não consegue. –Carol me conta logo.

–Amor, não quero estragar nossa viagem, sério, chegando em casa eu conto. - Ela pega um pouco da calda do bolo e passa no meu nariz. –Agora se concentre em apenas relaxar e me amar.

–Isso é fácil. - Ela passa a língua no meu nariz, seguro seu queixo e beijo ela. –Você não cansa de ser perfeita não?

–Não, eu gosto. - Ela sorrir com a língua entre os dentes e eu dou um selinho nela. –Posso dizer que te amo ou ainda é cedo?

–Acho que ainda é cedo, mas fala colado no meu ouvido que não tem problema.

Passo o braço pelo seu pescoço e ponho minha boca colado no seu ouvido, sinto sua pele se arrepiar a cada frase dita.

–Você me enlouquece, mulher.

Ela fala mais alto e eu dou risada. Se ela soubesse quem realmente enlouquece quem...


Carol POV

Depois que a Day dormiu com a cabeça em cima da minha barriga eu fiquei fazendo carinho no seu cabelo e pensando em nós.

Eu quero contar, juro, mas eu tenho medo, eu tenho muito medo da reação dos meus pais ao descobrir que sou lésbica, se minha mãe pirou quando soube da minha ida de vez pra São Paulo, imagina quando souber que a filha dela que foi batizada, fez eucaristia, fez a crisma, tudo pensando em se casar na igreja, não vai poder se casar na igreja porque tem uma orientação sexual tachada por muitos como "pecado", ela vai querer me matar, me humilhar, e tudo parece pior agora que eu tenho mentido pra Dayane.

Imagina se a Day descobre a minha mentira e decide me largar? Errada ela não vai estar, e pra piorar minha mãe me rejeita, vai ser o fim para mim. Eu não posso deixar isso acontecer, de forma alguma, então a melhor saída é eu contar de uma vez, mas como? Com qual coragem? Por que viver é tão difícil?! Puta merda.
Adormeço com os pensamentos martelando minha cabeça.


Não Gosto De Mim - Dayrol/Caray Onde histórias criam vida. Descubra agora