Capítulo onze - Eu estraguei tudo

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Carol POV

Depois que Day vai embora eu me tranco no banheiro e deixo algumas lágrimas cair, não era pra ser assim, eu não queria que fosse assim, juro.

Pedro bate na porta e eu seco minhas lágrimas rapidamente, respiro fundo e saio do banheiro.

-Tá tudo bem? Parecia que você tava chorando. - Ele tenta me abraçar mas eu desvio.

-Tá tudo ótimo. Como não estaria? Por que não estaria? - Digo brava e vou caminhando até a área, me sento em um banco.

-Calma estressadinha, tava só perguntando. - Ele senta do meu lado.
-Sua mãe falou que eu posso dormir aqui, tenho uma bermuda no carro, acho que você não vai se incomodar se eu dormir sem blusa.

-Pedro, vai embora. - Ele fica me encarando. -Sério, por favor, a noite de hoje já teve muitos acontecimentos, minha cabeça está a mil, eu só quero ficar sozinha e por meus pensamentos no lugar.

-Tudo culpa da sua amiga estranha, parece até que ela fez tudo isso pra atrapalhar a gente, esse ciúmes pode ser tóxico, Carol, presta atenção.

-Não chama a Day de estranha, ela não é estranha. - Me levanto da cadeira e seguro sua mão. -Agora por favor, vai embora e amanhã a gente conversa.

-Tudo bem. - Ele me dá um beijo na testa. -Me leva até a porta?

Acompanho ele até seu carro e agradeço por ele ir embora, pelo menos essa noite merda está no fim.

-Carol, vem cá me ajudar. - Minha mãe grita da cozinha.

Vou até ela e pego o pano para enxugar e guardar as louças no armário.

-Caroline, o que aconteceu aqui hoje a noite? Que show foi esse da Day?

-Mãe, podemos só evitar esse assunto e esquecer tudo o que aconteceu? Eu só quero paz. - Fecho a porta do armário e encaro ela.

-Sei não, Carol, não gostei nenhum um pouco das atitudes da Day hoje, é uma boa menina, Selma educou bem mas hoje ela passou do limites. - Ela me entrega mais alguns talheres. -E que roupa era aquela? Aquela peruca? Coisa estranha.

-Ela ia, ou foi em uma festa de Halloween, por isso a fantasia. - Respondo lembrando que se não fosse as data trocada das passagens tudo estaria bem agora e eu estaria curtindo uma festa com a minha garota.

-Tá vendo aí? Tá vendo, quando eu falo pra vocês aqui em casa que ir nessas festa de Halloween é dá abertura para o cão entrar na vida de vocês, vocês dizem que eu estou exagerando, estou louca, mas tá aí a prova viva, foi aceitar fazer parte dessas porcarias e olha no que deu, se comportou igual o lá de baixo.

-Credo mãe, que horror. Fala como se a Day fizesse parte de uma seita satânica, como se ela andasse possuída por aí, o comportamento dela hoje não tem nada haver com isso. - Estico o pano em cima do fogão.

-E tem haver com o quê então?

-Sei lá, ciúmes? Sempre foi só nós duas e de repente surge um integrante novo, ela ficou com ciúmes e agiu do jeito que agiu. - Vamos para a sala.

-Sei não Carol, acho que essa amizade de vocês não é boa, esse ciúmes todo não é normal. A Day é sapatona, quem sabe se ela não tá gostando de você pra valer. - Reviro os olhos com a fala da minha mãe.

-Primeiro, a Day não é sapatona, a Day é lésbica, segundo, eu conheço minha amiga e sei bem o que passa na cabeça dela, pode ficar tranquila que amanhã resolvemos isso, não precisa ficar apontando o dedo e julgando minhas amizades.

Não Gosto De Mim - Dayrol/Caray Onde histórias criam vida. Descubra agora