Capítulo doze - Não seja egoísta

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Day POV

Acordo com a sensação de um caminhão ter passado por cima de mim três vezes seguida, acabei pegando no sono enquanto chorava e nem tirei minha fantasia. Me levanto e vou direto tomar um banho, assim que acabo me visto e vou comer algo, encontro minha mãe pronta para ir trabalhar.

–Bom dia, filha.

–Bom dia. - Respondo rouca.

–O Bruno me ligou ontem, perguntou se tava tudo bem com você, disse que você tava com dor no peito. - Ela bebe um pouco de café. –O que foi que aconteceu, Day? Tô indo pro hospital agora, vem comigo e faz uma consulta rápida.

–Acredita em mim, essa dor no peito não vai ser sarada com Dipirona ou Benzetacil, não tem cardiologista no mundo que cure coração partido. - Me sento à mesa.

–Agora tá explicado o motivo pelo seu choro ontem, quer me contar quem foi a vagabunda que quebrou o coraçãozinho da minha filha? - Dou risada.

–Não se faz de sonsa dona Selma, você sabe bem quem é.

–Então quer dizer que você namora mesmo a Carol, sua safada, sempre negou pra mim. - Ela me dá um tapa.

–Namorava, depois de tudo o que aconteceu ontem eu não quero nem mais vê ela. - Sinto minha garganta embolar só de lembrar.

-
–E você quer falar o que ela fez? Talvez eu possa te ajudar. - Assinto.

–A gente já namora faz um ano, eu amo ela, mãe, amo muito, por conta disso aceitei coisas que eu me arrependo seriamente. Você sabe como dona Rose é super rígida quando se trata de religião, nunca que ela iria aceitar uma filha lésbica, então Carol me pediu segredo, pediu que eu não contasse nem pra você enquanto ela não tomasse coragem para contar para sua família sobre quem ela é de verdade, eu aceitei, não queria pressionar ela e forçar ela a fazer algo que não quisesse. - Fixo meu olhar em meus dedos. –A uns três meses atrás ela me falou que sua mãe tava desconfiando das suas escapadas noturnas, das suas risadinhas no durante a madrugada, ela então inventou que tava ficando com um garoto.

–Meu Deus, Day. E você? - Minha mãe pergunta preocupada.

–Quando ela me contou eu fiquei muito brava, óbvio, como minha namorada diz que tá ficando com um menino? Não tinha outra reação.

–Mas ela então, traiu você?

–Não, quando ela inventou isso para os pais, ela e o rapaz só conversavam, nunca tinham se beijado, por isso ela veio falar comigo, veio me pedir permissão. Eu não quis, como vou aceitar minha namorada beijar outra boca e ficar tranquila? Impossível, mas eu sinto, mãe, eu sinto que ela se aproveitou de como eu fico quando tô apaixonada e me fez aceitar isso.

–É, eu bem sei, você quando tá feliz e apaixonada não tem jeito, gosta de fazer tudo pela pessoa, mesmo sabendo que vai te machucar, você sempre coloca a sua pessoa amada na frente de tudo. - Minha mãe diz e eu assinto.

–Pois é, a gente discutiu, passou um tempo brigadas mas depois ela veio com o jeitinho dela e me fez aceitar tramanda idiotice, mas ela jurou que não passaria de um ficante, mas ontem eu fiquei sabendo pela mãe dela que agora o ficante é namorado. - Volto a chorar, mas dessa vez um choro mais calmo.

–Ai Dayane, não acredito que você aceitou isso, e também não acredito que você me escondeu seu namoro. - Ela segura minha mão. –Mas eu não vou ficar aqui julgando e te fazendo sofrer mais, eu sei que você ama a Carol, eu bem via você toda boba falando com ela no telefone, ou então toda apaixonada quando ela vinha aqui em casa pra passar o dia, mas minha filha, você sempre tem que vim antes de qualquer coisa, o seu bem estar tem que ser prioridade, então por mais que deixar a Carol sair da sua vida seja doloroso, é o melhor, assim como veio o Pedro, pode vim o Gabriel, o Lucas, o Felipe, e por aí vai e você sempre ficando como segunda opção, eu amo a Carolzinha mas não posso negar que ela tá te fazendo mal. - Ela segura minhas mãos. –Não deixe seu amor por outra pessoa ser maior que o seu amor próprio, o amor pela outra pessoa pode acabar, seu amor próprio jamais. - Ela se levanta e beija minha testa. –Eu te amo, fica bem.

Não Gosto De Mim - Dayrol/Caray Onde histórias criam vida. Descubra agora