- Pode descer, essas pessoas não mordem - Prissy diz dando ênfase no "essas"
Desço me sentindo deslocada, estavam todos me olhando e cada vez mais apareciam pessoas para me olhar também, então um homem que aparenta ter uns 45 - 50 anos vem caminhando em nossa direção com uma expressão confusa porém receptiva de certa forma.
- A gente conseguiu bastante coisa até, foi uma viajem muito válida - Sebastian diz enquanto é abraçado pelo homem e em seguida mostrando as bolsas. Os loiros o cumprimentam também. Aparentemente eles tinham uma intimidade
- Que bom que deu tudo e vocês estão bem - ele diz com tom de alívio, então direciona o olhar a mim - Quem é ela? Onde a encontraram? - pergunta desconfiado
- Tá tudo bem, encontramos ela quase sento mordida em uma rua daquela cidade deserta, ela tava desarmada e... - Prissy contou sobre como me acharam e minha situação, enquanto isso fui apenas observando. Talvez estivesse com medo de falar por mim mesma...
- Entendo... Acha seguro recebermos ela? - o homem fala olhando para Sebastian, que assente. - Eu sou o John, qual o seu nome moça? - ele me pergunta e eu respondo - Você se lembra de algo? Tipo, antes do hospital?
- É Anne, sim, mas não como cheguei lá
- Hmmm... - ele fez mais algumas perguntas como se eu já tinha matado algum zumbi e eu obviamente respondi que não. Apresentando um ar de superioridade, ele tinha jeito de policial antes de tudo, isso era claro, mas ele falava em posição de decisão, ele era o líder de todos aqui... Nesse momento outro homem, bem mais novo, aparece e repreende John
- Ela parece inofensiva, não precisa de tantas perguntas, ela não vai te matar enquanto dorme - ele olha para mim e vem em minha direção, sua expressão era sutil e relaxada, diferente da de John, que estava tensa - Não é?
- Acho que não - ele arqueia as sobrancelhas - Não foi a melhor resposta que eu poderia ter dado né? Senso de humor não é meu forte e as vezes não consigo controlar e... - eu começo a falar descontroladamente, eu fiquei nervosa com ele ali bem próximo de mim perguntando se eu mataria o pai dele, eu mereço
As pessoas começam a se dispersar, inclusive as que eu já havia conhecido, algumas estavam em volta de uma fogueira apagada conversando, outros preparavam alguma comida enquanto outros apenas andavam por aí, mas uma vez, todos armados. Menos as crianças é claro, haviam duas que brincavam perto do grande trailer branco com detalhes em vermelho e laranja e quanto uma mulher os vigiava. O homem mais novo permaneceu no lugar, estava ali parado olhando para mim com curiosidade. Devolvi o olhar.
- Eu sou o Gilbert - toma a iniciativa, ele estende a mão e eu o cumprimento, achei interessante sua formalidade
- Eu sou a Anne - respondo - Líderes do grupo né? - completo e ele ri baixo
- Eu não diria que somos líderes, o grupo se juntou quando tudo começou e como ele era policial meio que foi tomando as redias da situação, foi ficando oficial... E eu sou só o filho dele - fala com sinceridade
- Então acertei sobre ser policial... - penso alto
- Sobre o que? - ele pergunta, pensei alto demais
- Ah é que... - olho por cima dos ombros de Gilbert e fico surpresa com o que vejo, com quem vejo, surpresa é pouco, eu fico eufórica, feliz, um sorriso enorme se forma em meu rosto e eu só consigo pensar em correr até ele.
- EU NÃO ACREDITO - eu digo derramando lágrimas enquanto corro até meu amigo, era cole
- ANNE? É VOCÊ MESMA??? - ele quase grita quando levanta seu olhar para mim e logo me abraça, um abraço tão forte, não sabia que precisava disso até me sentir em seus braços, chorávamos descontroladamente - Você não sabe como é bom te ver aqui, eu não tô acreditando, você tá bem e aqui com a gente - ele acaricia minha bochecha, que está molhada pelas várias lágrimas derramadas - Tem outra pessoa que vai ter um infarto quando te ver aqui - ele fala e eu mal posso conter minhas lágrimas quando ele chama por Ruby.
A loira vem correndo, já se acabando de chorar sem acreditar no que Cole havia dito. Ela me abraça com tanta mas tanta saudade, praticamente pulou no meu colo. Quando vimos, estávamos ajoelhadas no chão, nos abraçando, limpando as lágrimas uma da outra e dizendo o quão felizes estamos em nos ver, chamamos cole para o abraço e o loiro quase desaguou com o ato. Sou incapaz de medir minha felicidade nesse momento, quando entendi o que estava acontecendo com o mundo mal pude pensar no que teria acontecido com meus amigos....
- Tá tudo bem, tá tudo bem - digo desgrudando uma mecha de cabelo que grudou no rosto de Ruby enquanto chorava, Cole nos olhava para mim com alívio, me senti em casa novamente com eles...
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The Walkers • AU SHIRBERT
FanfictionApós acordar de um coma, Anne se encontra em um mundo totalmente diferente do que ela vivia há 6 meses atrás, onde sempre que alguém morre, essa pessoa volta como caminhante. Enquanto está a procura de seus tios que fugiram para um lugar mais seguro...