qual é a porta?

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Narrador

Eles chegam em Avonlea, que ficava na direção contrária da delegacia na qual John Blythe trabalhava. 

A ruiva ficar tensa, toda aquela animação se foi quando enquanto o carro começou a se aproximar de sua casa, iria rever aquelas imagens que lutou para esquecer. O bairro não estava tão deserto quanto da última vez que pisou nele, haviam poucos deles vagando por essas profundezas.

O homem estaciona do outro lado da rua e se vira para Anne, pergunta se ela está bem e recebe um sim - por mais que não tivesse certeza dessa resposta - e suspira profundamente antes de abrir a porta.

Ela para bem em frente daquela janela. Fazia força para que as lágrimas que inudavam seus olhos não caíssem. Anne é uma mulher forte, mas isso estava acabando com ela. Quando põe algo na cabeça, e não vai até o fim, ela se cobra, se cobra muito. É um traço no qual não se orgulha de sua personalidade...

- Tá aberta - ela fala sem se mover, seu olhar era fixo naquela parte da fachada, se referia a porta que não precisaria ser arrombada.

Ele a esperou, sabia que poderia demorar mas daria o tempo que ela precisasse. Havia apenas um zumbi por perto, foi então que Gilbert se afastou em direção a ele, atingindo o mesmo na cabeça com sua faca. Era apenas um, eles vão ficar bem.

Anne resolve entrar, não estava ligando para a possibilidade de algo ou alguém ter entrado na casa antes de subir, só queria acabar com isso rápido. Ela vai na frente, Gilbert por último, como uma espécie de guarda.

Gilbert, por trás daquela cara de bravo, era um homem empático. Mesmo não tendo mais a obrigação de ser assim hoje em dia, ele não perdeu completamente essa essência. Ele conseguia se preocupar com as pessoas de uma forma bonita - nem todo mundo dava essa abertura, mas quando podia, ele entrava em ação.

Sabia como Anne estava se sentindo, a acompanhou até aqui, e, quando o momento chegasse, não seria diferente.

A moça subia as escadas devagar, observando devagar cada detalhe. Os degraus eram de um tom de cinza claro e os corrimãos eram brancos. Ela passava os dedos por algumas marcas, arranhados na tinta, eram como sinais de luta ou algo do tipo, mal queria pensar no que isso significaria. Degrau por degrau, ela chega ao segundo andar, se deparando com aquele corredor

Era de tarde, o sol ainda não tinha se posto, mas estava de um lado que acabava não clareando o ambiente pelas janelas, então o local ficava bem mais escuro do que Shirley se lembrava.

- Como vai ser? - ela questiona Gilbert, quando o moreno para ao seu lado. Ele pondera por um tempo. Tinha que pensar na forma menos pior de fazer isso.

A que fosse menos traumatizante para a ruiva, seria escolhida, mas estava difícil.

- Qual é a porta? - pergunta após criar um plano em sua mente.

- A última.

- Então você vai ter um tempo. Preciso que escute com atenção - ela assente enquanto ajeita a postura, estava um bom tempo com a cabeça baixa - Você quer fazer isso, eu não vou te impedir. - ele prossegue baixo, se os zumbis que estão dentro do quarto começarem a se agitar, podem acabar chamando atenção de outros caso estejam por perto - Tem duas formas, mas não sei se são as mais indicadas...

- Quais são - ela fala e ele pensa por mais uns segundos.

- Eu acho melhor não... - ele pensa alto, ainda se recusa a contar qual a opção que veio a sua mente.

- Que forma Gilbert - ela fala mais alto fazendo o homem a recordar que não podia fazer isso.

- Eu iria até lá, abriria a porta e eles viriam até você, teria tempo o bastante pra se concentrar e acertar - ele faz uma pausa quando vê a reação dela - Como eu disse, essa não é a melhor opção.

The Walkers • AU SHIRBERTOnde histórias criam vida. Descubra agora