𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟗 - 𝐍𝐞𝐫𝐯𝐨𝐬𝐢𝐬𝐦𝐨.

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— Eren? — Me sobressalto assim que o vejo. Ele estava na cozinha bebendo alguma coisa numa das canecas de papai.

Eu podia sentir meu coração bater rapidamente e minhas soarem mais do que automaticamente. — Eu não estava preparada para que esse momento chegasse tão rápido.

— Maninha, quanto tempo! — Eu não via mais ninguém no apartamento, o que tudo indicava que ele estava sozinho.

Ele parecia estar feliz, porém um pouco cansado.

— O que está fazendo aqui? — Respiro fundo para me recompor pelo susto, assim cruzando os meus braços 'pra ele não perceber o meu estado. — Pensei que viria só no final do mês.

— É, houve imprevistos. — Disse ele, enquanto se escorava na pia 'pra poder me olhar. — Tenho muita coisa a fazer.

— Desde que não me atrapalhe com os meus estudos, não me importa. — Retiro o meu sobretudo e o ponho por cima dos braços, me direcionando ao meu quarto.

Percebo ele vindo atrás de mim, o que me fez revirar os olhos.

No final das contas eu não ia tratá-lo assim tão bem como ele pensava.

— Hey, pensei que estávamos bem. — Coloco o meu sobretudo em cima do colchão, já que a minha cama ainda não estava montada e nem nada.

— E estamos, só não pense que irei tratá-lo de tal forma.

— Por quê?

— Porque eu não quero. — Sorrio, um pouco cínica. — Agora sai do meu quarto, quero tomar banho.

— Mas...

— Você é surdo? — Ele mal chegou e a minha paciência já tinha ido embora.

Não que eu o odeie, só não estava com muita paciência agora.

Mas eu só quero manter distância dele o quanto eu posso, e eu sei que não vai ser por muito tempo, pois ainda nem tivemos a chance de ter uma conversa pessoalmente.

Mas estou muito cansada agora, talvez amanhã a gente se fale melhor.

Retiro as roupas que estava usando e me enrolo numa toalha — tiro a minha maquiagem que já estava um pouco borrada e tento pentear os meus cabelos que estavam mais bagunçados que sei lá o quê.

Me direciono a porta para poder sair do quarto, no mesmo instante batendo de cara com o idiota que eu já imaginava quem seria.

— Ai! Você continua tão burro assim? — Me afasto no mesmo instante, logo encarando seus olhos verdes que eram iguais aos meus.

— Foi mal, eu estava esperando você sair. — Arqueio as minhas sobrancelhas, não entendendo nada. — Queria só perguntar o que é isso.

Olho para a pequena embalagem em suas mãos e imediatamente sinto meu coração pulsar rapidamente e descontroladamente.

Era o meu estimulante que, por acaso, tinha esquecido em cima da pia hoje mais cedo.

— Não é nada! — Pego o vidrinho de sua mão rapidamente e o escondi atrás do meu corpo.

— Ok... — Ele me olhava estranho pela minha reação.

Provavelmente não tinha entendido nada.

— As palavras estavam em japonês, então eu não entendi nada. O que é isso? — Ele insistiu.

Apenas revirei os meus olhos e entrei novamente no quarto, colocando o vidrinho em cima das minhas coisas.

𝐂𝐡𝐢𝐥𝐝𝐫𝐞𝐧'𝐬 𝐠𝐚𝐦𝐞 - 𝙻𝚎𝚟𝚒 𝙰𝚌𝚔𝚎𝚛𝚖𝚊𝚗Onde histórias criam vida. Descubra agora