𝟐 - A FISIOTERAPEUTA.

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Residência Evans 10:00 am

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Residência Evans 10:00 am.

𝐂𝐡𝐫𝐢𝐬𝐭𝐨𝐩𝐡𝐞𝐫 𝐄𝐯𝐚𝐧𝐬

O dia mal havia começado e eu já estava de péssimo humor, não que seja alguma novidade. Já faz algum tempo que eu não sou a melhor pessoa para se conviver, mas naquela manhã eu estava particularmente irritado.

A noite anterior havia sido uma das mais frias do inverno até agora, e nunca em minha vida eu havia sentido tanto frio. Eu estava usando duas camadas de roupas e cobertores, mas mesmo assim meu corpo se recusava a produzir calor. E a falta de sono pode acabar com a vida de um ser humano, pelo menos no meu caso.

Eu acordei mais cansado do que quando fui dormir, e sair da cama foi três vezes mais difícil que o normal. Meu corpo estava pesado e eu pensei seriamente em não sair dela, mas queria tomar uma xícara bem quente de café. Amy já havia ido para escola e eu achava que estava sozinho em casa até ouvir a voz de Margot.

Assim que ela entrou na cozinha sua presença expansiva tomou conta de todo o lugar. Margot tinha uma voz melosa como se estivesse miando, e algo na maneira que ela falava com os empregados como se eles fossem burros aumentava ainda mais meu mau humor. Ela falava com Amália sobre um coquetel que ela daria na sexta após o recital da filha, revirar os olhos com falsa pose de boa mãe, foi inevitável.

Ela se passaria por mãe modelo, em frente a alta sociedade de Arden Hills, mas em casa Amy era uma criança solitária. Margot fazia de tudo para passar a visão de família perfeita, e ver uma mulher tão jovem importar-se somente com aparência e status social era triste. Ela ainda não havia percebido minha presença na cozinha e eu não me importei, muito pelo contrário eu preferia ser invisível para aquela mulher, pouparia-me de ouvir suas voz.

Não tive tanta sorte.

Margot olhou pra mim e abriu um sorriso tão falso quanto o tom de loiro do seu cabelo, depois que fiquei preso em uma cadeira de rodas ela não sabia como ficar em minha presença, não sabia se me olhava com pena ou com desprezo eu preferia quando ela fingia a minha existência não existia.

A mulher na minha frente estava nervosa, seria cômico se não fosse trágico. Qual o problema de dar um bom dia e sair de perto de mim? Eu sentia que ela queria falar algo, mas não sabia como começar e toda aquela estranheza estava começando a me incomodar.

— Bom dia Margot. — Falei seco, esperando que aquilo fosse o suficiente para ela se sentir menos incomodada e sair de vez da minha presença.

— Bom dia Chris. — Ela continuou me distribuindo seu sorriso falso. - Posso trocar uma palavra com você?

Eu nada disse, não queria e não tinha nada a falar com aquela mulher, mas não seria rude só causaria um problema desnecessário para mim.

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