Introdução

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Essa história irá abordar alguns assuntos considerados sensíveis como: ansiedade, conflitos familiares, problemas relacionados à autoestima, entre outros. Leia apenas se sentir-se confortável.

Se for prosseguir, boa leitura! <3

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Marinna Klein, esse é o meu nome, mas prefiro que me chamem de Minna.

Sou uma jovem de 19 anos. Nasci em um país asiático chamado Aléia, mas me mudei para Forver, na Europa, aos 4 anos de idade, e apenas retornei para minha cidade natal quando completei 15 anos.

Meu pai, Simon Klein, é forveriano. E minha mãe, Jeon Yumi (Yumi Klein após se casar) é aléiana, então meus traços são misturados.

Tenho os cabelos loiros, longos e lisos, olhos castanhos, levemente puxados e uma pele bem clara, características típicas de ambos os países em que já vivi.

Eu morava com meus pais, mas eles viajaram de volta para Forver, por conta do trabalho do meu pai, e não puderam retornar por causa da pandemia. Bom, imagino que devo explicar o que está acontecendo no mundo ultimamente.

Estou no ano de 2040. O início do ano foi normal, pessoas fazendo mil e uma promessas para cumprir ao decorrer dos dias, esperanças desse ser "um dos melhores anos de todos" e assim por diante. Esse ano tinha tudo para ser perfeito, até tudo mudar repentinamente.

No final do ano de 2039, começou a se espalhar um vírus, o qual foi dado o nome de Shent-39. A princípio não nos preocupamos muito, era um vírus que atingiu algumas pessoas em uma cidadezinha num país distante. Mas aos poucos a situação foi piorando. De uma cidade, foi para um país, um continente, e o mundo todo infectado pela doença. O vírus evoluiu para uma epidemia, e depois para uma pandemia.

Agora o mundo está parado.

Estou quarentenada - ou isolada, como preferirem chamar - há 7 meses.

Como estou em meio a tamanha mudança? Sinceramente, sinto que minha vida não poderia estar pior. É como se eu estivesse em um loop infinito, todos os dias, a mesma rotina.

Nunca fui uma pessoa cheia de amigos. Tinha no máximo dois ou três, mas depois da pandemia, não sobrou praticamente nenhum. Com exceção do meu cachorro, Bob.

Me sinto muito sozinha ultimamente. Minha família está longe de mim, minha única companhia são os mil trabalhos da faculdade pendentes, os quais não gosto nem de mencionar.

Mas, por um lado, prefiro estar confinada sozinha do que com meus pais. O relacionamento deles só piorava cada dia que passava, era como se não se amassem mais, vivem brigando e eu sempre era obrigada a ouvir, era cansativo.

Espero que estando sozinhos em Forver, eles possam melhorar o relacionamento entre eles, para que o clima da casa não fique tão insuportável quando retornarem.

Meu pai é rude, sempre se descontrola revelando seu temperamento nada agradável, mas tinha seus momentos carinhosos, o que me impede de odiá-lo.

Minha mãe, era como uma melhor amiga para mim, só que com o tempo, eu acabei virando um apoio emocional para ela, como se tivéssemos trocado de papéis. Sempre que eu estava mal, triste ou estressada, ela dizia que eu estava sendo dramática, ou que era culpa do celular. Mas quando ela não estava bem (geralmente por culpa do meu pai) eu sempre me dispunha a escutar e até aconselhar a minha própria mãe.

No final, eu sempre fui meu único apoio.

Eu estou cursando Direito. Me esforcei muito desde meu fundamental para manter boas notas, e chegar onde cheguei, afinal, tenho que dar orgulho aos meus pais em pelo menos alguma coisa.

Eu sempre sonhei com a minha vida de universitária, para mim, seria como nos filmes: correria pelo campus da faculdade, estudos coletivos, festas no fim de semana, vários amigos e até alguns amores... Mas, na verdade, minha vida de universitária se resume em um dia inteiro sentada em uma cadeira, na frente de um computador, com mil e uma atividades para fazer.

Essa rotina repetitiva "sem colocar o nariz para fora de casa" está prejudicando a saúde mental de muitas pessoas, principalmente jovens, e tenho certeza que não fico de fora.

Isso tudo, e eu só tenho dezenove anos.

As vezes eu ligo a TV na esperança de receber uma boa notícia, mas há apenas notícias que indicam o agravamento da pandemia, o que me deixa praticamente sem esperanças de que tudo voltará ao normal.

Aparentemente, esse é meu novo normal.

VIRTUAL - PARK JIMINOnde histórias criam vida. Descubra agora