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- Mãe! Pai! - exclamei indo abraçá-los.

- Não! Estávamos em um aeroporto, em meio a várias pessoas. Nos abrace depois que tomarmos um banho e esterilizarmos tudo - disse minha mãe.

- Você cresceu ou é impressão minha?

- Acho difícil, pai, já tenho vinte anos - respondi sorrindo.

- Nos desculpe, filha. O voo atrasou, por isso não chegamos a tempo do seu aniversário.

- Nem se preocupe, mãe. Ontem foi maravilhoso.

Meus pais me olharam confusos, mas deram de ombros e foram tomar banho. Me sentei no sofá, suspirando. Esses meses que meus pais ficaram em Forver sozinhos podem ter sido uma benção, ou uma maldição para o relacionamento deles, e isso que vai determinar o clima da casa, agora que eles retornaram. Mas parte de mim tem esperanças de que tudo vai ficar bem, é o que eu espero.

Pego meu celular e checo minhas mensagens, claro, li as de Jimin primeiro.

- Eu amei nossa cinema ontem! - dizia.

- Eu também! - respondo - Ah, lembra que te disse que meus pais estavam em Forver? Eles voltaram hoje.

Depois de alguns minutos, ele me responde:

- Sério? Isso é ótimo!

- É, é sim...

- Se eles puderam retornar, é porque os aeroportos e fronteiras estão abrindo, isso é um bom sinal! Será que estamos perto do fim disso tudo? - Ele comentou. Para ser honesta, não tinha parado pra pensar nisso.

- Olha, não gosto muito de criar expectativas, mas... acho que sim!

- Vi nos jornais esses dias que estão produzindo algumas vacinas. Ainda estão testando para ver se são eficazes, mas acho que estamos progredindo.

- Isso é ótimo! Detesto tomar vacina, mas para essa eu vou ser a primeira da fila - brinquei e ele enviou uma risada.

- Minna.

- Sim?

- Você acha que vamos nos encontrar algum dia? Digo, quando a pandemia terminar...

- Se dependesse de mim, já estaríamos em uma sorveteria conversando - respondi, surpresa comigo mesma. Eu já me sentia muito confortável com ele, e vê-lo pessoalmente se tornou um dos meus maiores desejos.

- Assim você faz meu coração acelerar.

Respondi rindo.

- Por que está sorrindo para o celular? Está falando com alguém? - Minha mãe me pergunta, me surpreendendo.

- Não, eu só vi um meme engraçado, só isso - respondi engasgado com as palavras. Se minha mãe soubesse que fiz uma amizade virtual, ela me matava. Meu pai? Pior ainda.

- Por um momento achei que estava conversando com algum namoradinho.

- Nem tem como eu arranjar um "namoradinho" nessa situação, mãe - digo sorrindo suavemente.

- É, você está meio acabada, filha. Percebi que ganhou bastante peso desde a última vez que te vi.

Meu sorriso desmanchou assim que ouvi o comentário da minha mãe.

- Eu estava me referindo a pandemia.

Minha mãe permaneceu calada. Por nascer e crescer em Aléia - onde as pessoas são extremamente rígidas em relação à estética - ela é bem tradicional e leva os padrões de beleza bem a sério.

VIRTUAL - PARK JIMINOnde histórias criam vida. Descubra agora