Andy vai à escola

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Alice está sentada no sofá olhando com muita calma e nostalgia um álbum com as fotos do filho dela. É possível ver a emoção da mãe ao acompanhar o crescimento do filho.

Alice: Como o Andy cresceu. Parece que foi ontem que o meu pequeno ruivinho se sujava todo comendo bolo de chocolate (lembrando ao olhar uma foto do filho com o rostinho todo sujo de cobertura de chocolate, aos 2 anos).

Alice: E essa do aniversário de quatro anos. Ele amou a festa de dinossauros. Lembro que ele corria pelos lugares com aquela fantasia de dinossauro e até rugia para as pessoas. Tão fofinho. Bons tempos (toda emocionada).

Alice: O aniversário de Toy Story. O Andy de Andy. Chapéu, botas e até o cavalinho de vassoura. Parecia o filme. O meu garotinho de 10 anos estava com um sorriso enorme no rosto.

Alice: E essa que... Um grande barulho interrompe a viagem no tempo que Alice fazia. Outra vidraça, Andy? (grita furiosa e vai em direção ao filho que jogava bola no quintal de casa).

No quintal

Andy: Não acredito. É a segunda vidraça que quebro esse mês. A minha mãe vai me matar. Se a bola tivesse ido no gol pelo menos (dando uma risadinha).

Alice: Venha aqui, Andy. O que eu faço com você, menino? Quebrou a vidraça da vizinha, quebrou a nossa, jogou uma bombinha de madrugada na casa do vizinho. Quase matou o senhorzinho de susto e os cachorros latiram a noite toda. Você lembra? Sem falar dos seus problemas na escola. O que eu faço com você?

Andy: Foi engraçado, mãe. O velhinho gritava: "guerra, guerra. Eles estão invadindo" (dando uma risada). Foi só uma brincadeira. Estava sem sono e bem entediado.

Andy: Na escola é tudo culpa sua, mãe. Por que me deu esse nome? Estava cansado daquele menino ficar falando: "o Andy está vindo" e ele e os amiguinhos ficarem se fingindo de morto. É ridículo. Ou então dele ficar me perguntando onde estavam os meus brinquedos e me chamando de neném por causa das roupas infantis que você me comprou.

Andy: Esse nome é infantil e tosco. Aliás, eu não quero mais brinquedos e nem usar aquelas roupas de desenho. Eu tenho DOZE anos, mãe (furioso).

Andy: Ele mereceu os chicletes que grudei na cadeira dele e até a garrafa de água que joguei na calça dele. Parecia que tinha feito xixi. Joguei bem no meio. Ele saiu correndo e chorava com um bebezinho.

Andy: Ai, ele foi falar com a professora bem assim: "ele, ele. Minha calça molhou. Parece xixi. Eu não fiz, eu não fiz. É água". Chorou um monte e como a gente estava no intervalo, a escola inteira parou para ver. Ele não falava nada com nada (rindo muito).

Alice: Que lindo (sendo irônica). Ainda sente orgulho do que faz. O menino ficou em choque depois disso e até começou a ter acidentes na escola. Ele não era nenhum valentão, filho. Só fazia essas brincadeiras contigo.

Andy: Eu ia saber que ele tinha traumas com molhar as roupas e a cama. Se ele se molhava até os 9 anos, a culpa não é minha. Os pais dele deveriam deixar ele o tempo todo de fralda. Eu só mostrei que o bebezinho era ele e não eu (orgulhoso).

Andy: Tudo isso eu já ouvi do diretor e do pai do Thomas, mãe. Uma longa e chata bronca. No fim, ele me suspendeu. Só faltava uma semana para as férias mesmo, eu até comemorei.

Alice: Chega, eu já ouvi demais. Para o seu quarto, Andy. Só vai sair quando eu mandar.

Andy: Blá, blá, blá. Mostrando a língua.

Alice: Ah, você vai ver, mocinho. Eu vou te ensinar a me respeitar. Aliás, eu devia ter te dado o nome de Dennis porque você é um pestinha mesmo.

Andy: Por que não me deu um pai então? O do chorão do Thomas estava lá para proteger o filho dele.

Um silêncio tomou conta do quintal. O ruivo de 1,50 m e olhos verdes entrou correndo dentro de casa e foi em direção ao quarto. Uma alta e estrondosa batida na porta mostrou que o humor do menino não era dos melhores.

Alice: Ah, Andy. Como eu queria te entender. Você era tão doce e agora virou esse menino cruel e debochado. Como errei tanto? Pensamento que foi interrompido por um telefonema.

Alice: Quem será? Espero que não seja telemarketing (corre para atender a ligação).

Telefone

Alice: Alô?

Su: Sou eu, irmã. Quanto tempo, né.

Alice: Que saudades, Su. O que aconteceu?

Su: Então, você lembra que tinha o sonho de abrir uma creche. Eu consegui, irmã. É tudo tão lindo. As paredes com tons pastéis, pinturas de desenhos da Disney espalhados pela escola toda, aqueles carpetes de letrinhas, bichinhos de pelúcias e até os pratinhos decorados para as crianças nas refeições. Ahhh, tudo tão fofo (super empolgada).

Alice: Realmente, era o seu maior sonho e você sempre se deu bem com crianças. O Andy te ama e até ficava com um pouquinho de ciúmes de vocês (rindo um pouquinho).

Su: Como ele está? Que saudades do pequeno. Vocês poderiam me visitar um pouquinho aqui e me dar uma pequena ajudinha com as coisas (dando uma risadinha).

Alice: Que folgada (rindo muito). Claro que a gente vai. Não te vejo desde o aniversário de 10 anos do Andy.

Su: Aquele que ele estava de Andy. Owwwwwnt. Ele ainda tem aquela roupinha?

Alice: Siiiiim, Su. Me passa o endereço certinho e iremos lá amanhã, tá. Um beijo e juízo, hein.

Su: Tá, você não perde esse costume de irmã mais velha de pedir juízo, né. Ansiosa para ver vocês. Beijos (desliga o telefone).

Alice: Essa minha irmã. Bom, conversar com ela me deixou mais calma. Espero que ela ajude o Andy também (indo em direção ao quarto do filho).

Alice: Andy, nós precisamos conversar (batendo na porta).

Um novo mundo para AndyOnde histórias criam vida. Descubra agora