Os anjinhos

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Menininho: Você me conhece? (surpreso com a reação).

Andy: Sim, mas você estava diferente. Era maior e mais velho (percebendo que o pequeno era igual ao menino que intimidou ele no sonho).

Menininho: Eu não lembro de você. Oi, o meu nome é Tommy e tenho seis anos.

Andy: Tommy? Não é possível. Que nome de bebezinho (dando uma gargalhada). O próximo vai ser quem o Teddy? Isso aqui está virando a babylândia.

Andy: Já tem o bebezão do Thomas. Não me diga que toma mamadeira e chupa chupeta? Você pelo menos consegue ficar com a roupa seca?

Tommy: É que (totalmente sem jeito). Eu fico seco sim porque sou um menino grande. Não sou eu que estou vestido de Andy e brincando com um cavalinho de brinquedo.

Tommy: Você tem quantos anos? (dando uma risadinha).

Andy: Eu tenho 12, humf (surpreso com a atitude do Tommy). É a primeira vez que alguém me encara assim. Nem no colégio, os meninos me enfrentam dessa maneira (pensando).

Tommy: Nem parece. Você é meio baixinho e os meninos de 12 anos não usam roupas assim e não ficam em uma creche.

Tommy: Eu gosto do meu nome. A minha mãe escolheu ele com muito carinho e não tenho nenhuma vergonha dele.

Tommy: olha (apontando para a roupa dele).

O menino loiro de olhos castanhos estava usando uma camisa azul com o escudo do Capitão América, uma bermuda vermelha e um All Star branco. Nada extremamente infantil como as roupas do Thomas e a fantasia do Andy.

Andy: A minha mãe me obrigou a usar isso. Estou na creche porque eu vou ajudar a minha tia a cuidar de vocês, pirralho. Eu sou "mais grande" que você.

Tommy: Nem parece. E se diz maior. Um menino da sua idade devia saber como falar.

Andy: Você vai ver (com faíscas nos olhos).

Susi: Nada de brigas, meninos. Vocês são amiguinhos (percebendo o clima tenso entre os meninos).

Susi: Vejo que conheceu o Tommy. Ele é um prodígio. Aprendeu a ler e escrever, praticamente, sozinho. Com 5 anos. Entende tudo de tecnologia. Sério, Andy. O pai dele falou que o filho sabe fazer tudo no celular. Coisas que nem ele mesmo faz (dando uma risadinha). O pequeno até ganhou um concurso de matemática para crianças de até 10 anos. Impressionante.

Andy: Grande coisa. Quem que faz um concurso de matemática? Deve ser uma chatice. Qualquer bebezinho sabe mexer em um celular, hoje em dia (com muito ciúmes).

Andy: Esse espertinho vai me pagar por essa humilhação (tramando uma travessura). Pega o cavalinho de madeira, vai para o outro canto da sala de brinquedos e deixa os dois sozinhos.

Susi: Tommy, não fique triste. O Andy é um menino bom. Ele só está em um momento difícil. Vou conversar com ele, tá.

Tommy: Tudo bem, senhora. Eu só fui tentar ser amigo dele. Muito obrigado pelas palavras bonitas que disse sobre mim. O concurso foi bem difícil. Tinha vários meninos mais velhos e eles se surpreenderam comigo (dando um sorriso).

Susi: Senhora? Comeu um dicionário no café da manhã, pequenino? Pode me chamar de Tia ou Tia Susi, tá.

Tommy: Eu comi cereal e tomei achocolatado (meio intrigado com a pergunta). Tá, Tia Susi.

Susi: Owwwn que docinho. É um modo de falar. É que você fala de uma maneira tão formal e bonita. Mas, aqui pode ser um menininho de seis anos, tá. Você está aqui para se divertir.

Tommy: Tudo bem (um pouquinho envergonhado). Eu não sou muito bom com essas coisas, Tia Susi.

Tommy: Parece que os outros meninos não gostam de mim. Só os adultos. Na minha antiga escola, eu respondia todas as perguntas sobre tudo o que os professores perguntavam.

Tommy: Eu sei até fazer conta de vezes e divisões. No concurso, teve uma multiplicação com dois números na final. Foi um pouquinho difícil, mas consegui fazer.

Susi: Ai, o seus pais te colocaram em uma escola para crianças com altas habilidades.

Tommy: Como sabe?

Susi: Simples. Eles me contaram (dando uma piscadinha). Não se preocupe. Você vai se divertir muito aqui.

Tommy: Tá. Indo em direção a um cesto cheio de legos. Quantas cores e formas. Os blocos me lembram Minecraft (feliz).

Susi: Os meninos brincando são tão fofinhos. Mal posso esperar para chegarem os próximos.

Três toques de campainha e mais três alunos. O último um velho conhecido de Andy.

Susi: Owwwn, você é o famoso Thomas.

O menino estava com uma camiseta vermelha com a estampa do Marshall e uma bermuda branca com vários ossos coloridos e um tênis led azul.

Thomas: Sou sim, Tia Susi. Cadê o Andy? Estou ansioso para brincar com ele.

Susi: Ele está ali. Só que vai com calma. Ele está bem azedinho e com um humor péssimo.

Thomas: Ihhhhhh. Tudo bem hihi. Ele vai ficar feliz em me ver. Indo em direção ao amigo.

Thomas: Eiiiiiiiiii (cutucando o amigo com um grande sorriso no rosto).

Andy: Só pode ser brincadeira. O que está fazendo aqui? Esse lugar é para bebezinhos. Se bem que...

Thomas: Andy, eu pensei que você ia ficar feliz em me ver. Ontem foi tão legal. A gente tava igualzinho.

Thomas: Você usou as minhas roupas de dino porque molhou as suas. Cantamos a música do Irmão Urso. Comemos hambúrguer e batatinha smile e teve até algodão-doce. Era o meu irmãozinho.

Andy: Ontem foi ontem. Não sou amigos de bebezinhos. Estou aqui para supervisionar vocês (sendo arrogante).

Andy: Aliás, como está a sua fralda? (dando uma risadinha).

Thomas: Eiiiiii. Não precisa falar alto (super envergonhado).

Ele ainda usa fralda? Mas, ele é um menino tão grande. As outras crianças falavam.

Andy: Você não respondeu. Acho que vou ter que te verificar. Se preparando para abaixar a bermuda do menino e expor a proteção.

Thomas: Eu fiz pipi, eu fiz pipi (chorando muito e correndo em direção à Susi).

Andy: Ué, eu só perguntei se ele tava molhado ou sujo (rindo bastante). Não entendo o porquê desse escândalo todo.

Andy: Eu sou o rei daqui. Vocês terão que me obedecer, bebezinhos (subindo em cima de uma cadeira e falando para os "súditos").

Tommy: Por que você é tão ruim? No fundo, você faz essas coisas para esconder os seus medos. Quer mostrar que é grande, mas é um menino pequeno e inseguro.

Tommy: E também.. (sentindo a bexiga apertar muito). Eu devia ter pedido para ir ao banheiro quando cheguei (um pouco apreensivo).

Andy: Olha só quem é o menino pequeno agora (com faíscas nos olhos).

Tommy: Eu preciso ir.

Andy: Ah, você não vai (segura o menino contra a parede). Eu sou o seu pior pesadelo.

Um novo mundo para AndyOnde histórias criam vida. Descubra agora