Capítulo 18

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Capítulo dezoito

Assim que estacionei em frente à mansão, Arabela nem esperou que eu dissesse algo, abriu a porta do carro e desceu indo para longe de mim.

— Espera, Bela. — Ela não esperou e andou a passos rápidos em direção à porta.

Andei mais rápido que ela e a segurei para que me ouvisse.

— Só me escuta. — Me encarou sem paciência. — Eu não tenho nada com a Tatiana, nunca tive, foi só um jeito de te esquecer.

Arabela me encarou.

— O que deixa mais claro que não estamos no mesmo momento, então acho melhor encerrar aqui o que nem começamos, do que depois um de nós sair machucado.

Virou-se para entrar, mas acabei me declarando sem que eu pudesse me controlar:

— Eu gosto de você.

Ela parou, virou-se para trás e me encarou com o rosto indecifrável.

— Eu também gosto de você, mas não sei se gostamos na mesma intensidade e isso me assusta.

— Arabela... foi só... Eu achei que você não me quisesse.

— Pois eu queria. — Fechou os olhos, demonstrando confusão e disse ao abri-los: — Você não me deve satisfação, não temos nada e você pode transar com quem quiser.

— Me queria e não quer mais?

Encarou-me em silêncio, com um semblante sério e soltou o ar, parecendo emocionalmente cansada.

— Boa noite, Félix. — A chamei, mas ela subiu os degraus correndo, sem olhar para trás.

Meu peito ficou apertado e me senti triste e solitário com sua ausência.

Inferno!

Entrei na mansão e subi para o meu quarto me sentindo um merda, um burro que mal havia conquistado a mulher perfeita e já a tinha perdido.

Imediatamente a amizade dela com o Gaspar tomou conta do meu pensamento e fiquei puto por imaginar que Arabela talvez pudesse se sentir sozinha e ligar para ele, e aí seria como Clóvis havia me alertado, outro ficaria com ela.

Virei-me na cama a noite toda e mais uma vez foi difícil dormir, então antes mesmo que o sol nascesse de vez, eu já estava de pé.

Zanzei pela casa e aquele silêncio me sufocava e me deixava mais solitário, com isso resolvi andar pela propriedade e quando dei por mim estava no estábulo conversando com a Meia-noite.

— Vocês mulheres são complicadas demais para mim. — Meia-noite relinchou e eu ri. — Quando pensei que daria certo, tudo foi por água abaixo. — Alisei sua crina. — Eu sei que tenho culpa nisso, mas em minha defesa, não estou acostumado a lidar com sentimentos amorosos, apenas a raiva, a tristeza e a saudade foram os sentimentos que me guiaram nos últimos anos. — Meia-noite balançou a cabeça e parecia que minha égua me entendia como ninguém. Bom, Arabela me entendia bem assim também. — É, garota, você vai ter que me dividir com ela. — Ri.

Ao pensar na Arabela, era inevitável não entender que eu estava apaixonado por ela, completamente apaixonado e lutaria, faria de tudo para que entendesse que eu queria apenas ela, acima de qualquer coisa e precisava que voltássemos a nos entender.

Lembrei-me do nosso final de semana e foi o mais feliz da minha vida em anos.

— Vem, garota, vamos dar uma volta.

Saí a galope do estábulo com a Meia-noite, cavalguei pela propriedade pensando na minha vida e era por volta das oito e meia da manhã quando voltei para a mansão e sentei-me na mesa da sala de refeições para tomar meu café da manhã. Novamente sozinho naquela mesa enorme.

Degustação a partir do dia 28/09/2021 Minha ArabelaOnde histórias criam vida. Descubra agora