Capítulo 6

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Domingo de manhã e eu já havia combinado tudo com a Madalena no dia anterior. Eu e José Felipe íamos à praia.

No sábado depois do embate com o ranzinza do meu patrão, reencontrei com o Zipe e juntos andamos pela propriedade onde o menino me mostrou umas pedras perto de uma mata onde ele gostava de se esconder, a quadra de tênis, a sauna e a área onde tinha piscinas cobertas, área gourmet, SPA e uma balada subterrânea.

Depois do almoço preferi ficar o resto do dia no meu quarto, mas antes de me despedir, Zipe fez com que eu jurasse que o levaria à praia no dia seguinte e fez a avó jurar que montaria um cesta de piquenique para levarmos.

Sendo assim, logo que acordei liguei para os meus pais, conversei com a Cindy e os certifiquei de que eu estava bem, mas que provavelmente passaria o dia ocupada dando atenção ao meu novo amigo.

Cindy imediatamente fez uma piada sobre o novo amigo e quando contei sobre o Zipe ter apenas oito anos, ela gargalhou e disse para eu arrumar logo um crush praiano.

Nem tomei café da manhã e depois de receber milhares de recomendações da Madalena sobre cuidados que eu tinha que ter com o Zipe, a certifiquei de que não tiraria os olhos dele nem por um minuto e enfim conseguimos sair.

Brincando e sorrindo, nós dois saímos da mansão, eu carregando nosso lanche e ele uma sacola com brinquedos.

— Bela, você já conheceu a praia depois que chegou?

— Não tive tempo e foi bom, porque estou indo agora com você. A melhor companhia. — Zipe sorriu convencido.

— Vou te mostrar o lugar mais legal, o que mais gosto de ficar quando vou com a vó.

Sorri para a animação do menino ao mesmo tempo em que ele foi pulando na minha frente enquanto me contava como era bom em um jogo de videogame que eu nunca tinha ouvido falar.

Seguimos pela estrada de pedra que levava até a beira-mar e para a minha surpresa quando tirei meu olhar do Zipe e olhei para frente, avistei o Félix vindo no sentido contrário.

Contive um revirar de olhos, pois não queria encontrar meu patrão no meu dia de folga e tinha prometido para mim mesma que evitaria, mas morando em sua casa, meio que seria inevitável e apesar da propriedade ser enorme, parecia que estávamos fadados a sempre encontrarmos um com o outro.

Mesmo sendo cedo, Félix já estava acordado e vinha andando, de cabeça baixa e não nos notou imediatamente, o que me deu um tempo para observá-lo. Ele usava uma bermuda de exercícios, tênis e uma camiseta regata que deixava seus braços à mostra e evidenciando todas as curvas dos seus músculos.

Vê-lo assim me confundia, já que aquele homem tão atlético e à vontade não lembrava em nada o CEO de uma multinacional.

Usava os fones no ouvido e Zipe no momento em que o viu, correu em sua direção e gritou, novamente animado ao vê-lo:

— Félix!

Enfim nos notou, tirou os fones e com um sorriso amistoso recebeu o menino com carinho, passou a mão de um lado pro outro na sua cabeça, bagunçando o cabelo.

— E aí, carinha. — Nunca tinha visto o Félix tão leve e mais uma vez ele me confundiu. — Bom dia — me cumprimentou contido, quando me aproximei dos dois.

— Bom dia.

— Estamos indo à praia. Quer ir com a gente, Patrão? — Zipe convidou.

Félix me olhou como se testasse a minha reação. Não sei se deixei transparecer, mas imediatamente não achei uma boa ideia e ele respondeu:

Degustação a partir do dia 28/09/2021 Minha ArabelaOnde histórias criam vida. Descubra agora